O Parque Tecnológico Itaipu (PTI) deu início às ações para implantação de uma Antena Territorial Tecnológica (ATT) que atenderá, inicialmente, a região oeste do estado do Paraná. A ATT centralizará informações diversas, como notícias; artigos científicos e tecnológicos; projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação; dados de mercados e de negócios; eventos; oportunidades de financiamento; legislações vigentes, dentre outras. Tais informações serão organizadas por temáticas específicas, que atendam a interesses locais e regionais. A intenção é oferecer subsídios para a tomada de decisão, auxiliando instituições públicas e privadas na definição de novos projetos e investimentos, identificando potencialidades de mercado, negócios e oportunidades que contribuam com o desenvolvimento do território.
Por meio do monitoramento e gestão de informações, a antena tende a trazer competitividade para as empresas da região, com a geração de novos produtos e serviços. “Não será um repositório de links. A antena vai oferecer inteligência, que está na interpretação dos especialistas a respeito de um determinado tema. A ATT permitirá juntar os olhares de diferentes áreas sobre um tema: agrupar o olhar acadêmico, de mercado, os marcos legais, os equipamentos necessários, as tendências de mercado, as novas tecnologias; e a partir disso os profissionais poderão construir uma informação que sirva para o território”, explica o diretor superintendente da Fundação PTI, Juan Carlos Sotuyo.
A especialista internacional em Gestão tecnológica de informação, vigilância e inteligência estratégica, Nancy Verónica Perez, da Argentina, colabora tecnicamente com o projeto e explica que a ATT permitirá reconhecer oportunidades de parceria e cooperação entre organizações; reconhecer pontos fortes e fracos; detectar ameaças para empreendimentos, produtos e serviços, minimizando os riscos quanto a possível desconhecimento tecnológico ou normativo; dentre outras possibilidades.
A estruturação da ATT se dará por meio da formatação de uma rede de cooperação entre diferentes setores, especialmente universidades, cooperativas, associações, instituições privadas e públicas. “A intenção é que cada instituição envolva pessoas que já trabalham nas temáticas da antena. Não estamos criando nada novo, estamos reforçando o processo de reflexão e análise de informações, transformando-as em decisão”, destaca Sotuyo.
Um modelo similar de antena tecnológica já existe na Argentina, por iniciativa do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação Produtiva. A antena argentina atua hoje com nove temáticas, entre elas alimentos e bebidas, máquinas e equipamentos, TIC, e biotecnologia.
Seminários discutem implantação da Antena Territorial Tecnológica
Durante o mês de novembro, o Parque Tecnológico Itaipu (PTI) realizou seminários envolvendo técnicos e especialistas do PTI, representantes de universidades, cooperativas, associações, empresas e indústrias de diversificadas áreas. Propósito foi promover reflexões sobre as potencialidades da Antena Territorial Tecnológica (ATT). Os grupos analisaram a viabilidade da ideia, a necessidade e as vantagens da implantação de uma ferramenta para gestão da informação e vigilância tecnológica.
“A inteligência competitiva e inteligência estratégica são o caminho por onde corre a inovação. É o primeiro passo ver o que já se tem no mercado e o que se está demandando, para depois criar ideias, que viram projetos, e que serão desenvolvidos, gerando novos produtos, bem como a melhoria do que já é oferecido”, avalia Claudecir dos Santos, da Cooperativa Frimesa. “Hoje recebemos muitas informações mas de forma solta e vaga. A Antena tende a construir uma única informação baseada nos mais diferentes dados”, pontua Murilo Herreira Theodoro, da empresa Prati-Donaduzzi.
Clédio Marschall, da Lar Cooperativa Agroindustrial, destacou que existe carência de informações estratégicas, ou quando existem são caras. “Não tenho dúvidas dos benefícios de um projeto como este. A Antena é estratégica para a região porque sempre há necessidade de tomar decisões referentes a investimentos; a ampliação das atividades; a novas atividades. Com a ATT, a informação será disponibilizada com maior facilidade. Será um centro que vai congregar os temas estratégicos para o território Oeste do Paraná, e permitirá que possamos tomar as melhores decisões, baseadas em informações concretas, reais e fidedignas”.
O presidente da APL Iguassu-IT, Nérisson Leonhart falou da importância do envolvimento de empresas locais na formatação do projeto. “O Paraná tem o propósito de ser um grande polo de negócios, referência na América Latina. Com a Antena teremos um grande potencial de informação. A integração de empresas, cooperativas e universidades é fundamental para criar esse ambiente”.
O segundo vice-presidente da Cooperativa Lar, Urbano Inacio Frey, também frisou os benefícios do trabalho colaborativo. “É importante que a região tenha acesso a informações e tecnologias que contribuam com o desenvolvimento de projetos que beneficiem o que temos como características fortes, principalmente na transformação de matéria-prima em produto de valor agregado, gerando produtos de alta qualidade para colocá-los à disposição da comunidade internacional. As parcerias estratégicas são necessárias para que se possa buscar aquilo que se tem de excelência em cada setor, somando os pontos positivos de cada instituição, para que tudo convirja ao objetivo principal que é ter bons produtos e serviços”.
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