O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Secretaria Municipal da Saúde (SMSA) divulgou na terça-feira (22), o 4º Levantamento Rápido do Índice de Infestação por aedes aegypti (LIRAa) realizado este ano. Os dados revelam que, de agosto até agora, o número de criadouros do mosquito aumentou cerca de quatro vezes. Mas em comparação com o mesmo período do ano passado, o índice caiu pela metade. A maior parte dos depósitos (65%) foi identificada em pratos de vasos de flores, recipientes de água de animais domésticos e lixo acumulado nos quintais.
O LIRAa foi realizado entre os dias 8 e 16 de novembro e envolveu 130 funcionários do CCZ. O trabalho de verificação foi realizado em 4,7 mil residências, cerca de 5% do total. “É uma pesquisa feita por amostragem, cujas casas são sorteadas aleatoriamente, garantindo resultado satisfatório e confiável”, explicou o coordenador de Educação em Saúde, Thiago Cavalcante.
O Índice de Infestação Predial (IIP) do município atingiu a marca de 1,22%, ou seja, de cada 100 casas visitadas, uma tinha criadouros do mosquito. A região com o índice mais alto foi a do bairro Cidade Nova, com IIP de 3,11% (três casas com depósitos a cada 100 visitadas). As outras áreas com índice acima da média geral são Campos do Iguaçu (2,92%), Jupira (2,38%), Portal da Foz (2,27%), Jardim América (2,24%), Jardim São Paulo I (2,04%), Morumbi III (1,84%), Jardim São Paulo II (1,70%), Vila C Nova (1,64%), AKLP (1,34%), Vila Yolanda (1,12%) e Três Lagoas (1,02%).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o IIP tolerável, com baixo risco para a população, é de até 1%. Entre 1% e 3,9%, a localidade é classificada como risco médio e estado de alerta. Índices superiores indicam alto risco de contaminação.
Os dados da pesquisa atual revelam aumento do número de criadouros comparados ao levantamento realizado em julho e divulgado em agosto deste ano, quando o IIP médio do município foi de 0,29%. “Em pouco mais de três meses, o índice cresceu quatro vezes, o que demonstra que parte da população não está fazendo a sua parte, esquecendo de eliminar os criadouros”, enfatizou Cavalcante.
A maioria dos depósitos foi encontrada em pratos de vasos de plantas e recipientes de água de animais de estimação (38%) lixo acumulado nos quintais (27%) e reservatórios de água de grande proporção, como tambores e toneis. “São pontos de fácil acesso ao morador, e os criadouros poderiam ser evitados com a limpeza correta e eliminação dos objetos que acumulam água”, disse o coordenador.
Comparado ao resultado do LIRAa realizado em outubro de 2015, a pesquisa atual revela queda no IIP. No ano passado, o índice geral da cidade foi de 3,61%, quase três vezes a média registrada agora. “Esse comparativo mostra que a população conhece os riscos e sabe como combater o problema, mas é necessário que todos tenham essa consciência, aumentando a proteção da própria família e da comunidade”, orientou Thiago Cavalcante.
ARMADILHAS – Além da verificação casa-a-casa, os agentes do CCZ trabalham também com a instalação de armadilhas que capturam a fêmea do Aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue, zika vírus e chikungunya. O equipamento, desenvolvido no Paraná, usa apenas água para atrair os insetos. “As armadilhas possibilitam que possamos analisar os mosquitos capturados e verificar se eles estão contaminados e com que tipo de vírus”, explicou Thiago. A análise dos insetos capturados e congelados será feita em parceria com universidades do Paraná.
Assessoria Secretaria Municipal de Saúde.