Os trabalhadores da educação aprovaram a suspensão da greve para negociar a efetivação da pauta da categoria, conforme deliberação da Assembleia Estadual, nesta segunda-feira, 31, em Curitiba. Os servidores permanecem mobilizados, podendo interromper as atividades profissionais caso as reivindicações não sejam efetivadas. Os educadores também participarão da greve geral nacional, marcada para o dia 11 de novembro.
Depois de quinze dias de paralisação, os professores e agentes educacionais retornam nesta terça-feira (01) às atividades profissionais nas escolas da rede estadual. A reposição das aulas referente ao período de greve, direito dos estudantes, será definida pelas comunidades escolares. O sindicato orienta que os municípios façam o planejamento da restituição da aula que não foi aplicada, considerando a realidade de cada localidade.
A base de educadores da APP-Sindicato/Foz e outros núcleos sindicais no Estado defenderam a manutenção da greve, durante a assembleia. Parte da categoria avalia que o Governo do Estado não oferece garantias de que irá atender as reivindicações que levaram os servidores à greve. Estudantes de escolas ocupadas participaram do encontro dos servidores e também pediram a continuidade da paralisação dos trabalhadores da educação.
“Apesar da base do nosso Núcleo Sindical ser contrária à suspensão, a assembleia é soberana e a maioria dos educadores optou pelo fim da greve”, explica a secretária de Comunicação da APP-Sindicato/Foz, Mirian Takahashi. “Seguimos mobilizados, fortalecendo a organização sindical nas escolas, debatendo com a comunidade escolar e com o conjunto da população sobre os retrocessos sociais e os efeitos prejudiciais das medidas do governo para a escola pública”, enfatiza.
Apoio aos estudantes
De acordo com Mirian Takahashi, os educadores manterão o apoio ao movimento dos estudantes que ocupam centenas de escolas e universidades em todo o Paraná. Ela explica que que a APP-Sindicato fará parte da frente de proteção aos alunos que continuam mobilizados contra a medida provisória do ensino médio e o projeto que diminui recursos para investimentos sociais por vinte anos, a PEC 241, em tramitação no Congresso Nacional.
“Apoiamos as ocupações por ser iniciativa legítima dos alunos contra o projeto autoritário que altera a organização e o currículo do ensino médio”, enfatiza a secretária da APP-Sindicato/Foz. “Se defendemos a educação crítica, formadora de sujeitos autônomos, temos a obrigação de apoiar os estudantes nesta causa justa. Mesmo tendo direitos garantidos, os adolescentes e jovens são vítimas de uma tentativa de criminalização por parte do governo”, completa.
Assessoria