Professores, pedagogos e agentes educacionais das escolas estaduais da região realizaram manifestação para deflagrar a greve da categoria, nesta segunda-feira, 17, em Foz do Iguaçu. A mobilização organizada pela APP/Sindicato/Foz contou com a participação de servidores da Unioeste e da Unila. Os educadores protestaram em frente ao NRE (Núcleo Regional de Educação) e seguiram em passeata até a Praça do Mitre, onde foi instalado o acampamento da paralisação.
A greve por tempo indeterminado decorre da decisão do governador Beto Richa (PSDB) de suspender o reajuste salarial anual dos trabalhadores da educação, previsto para ser pago em janeiro de 2017, resultado do acordo entre a categoria e o governo para o fim da greve do ano passado. A data-base, que não é aumento de salário, é um direito assegurado a todas as categorias profissionais e visa restituir as perdas salariais causadas pela inflação.
De acordo com o presidente da APP-Sindicato/Foz, Fabiano Severino, a categoria reivindica a retirada pelo governo das emendas à LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) que afetam a data-base, a implementação e pagamento das promoções e progressões e a retirada da falta aplicada aos servidores referente ao dia 29 de abril. A pauta inclui a equiparação do salário dos funcionários ao salário mínimo regional e o reajuste do auxílio transporte dos agentes I e II.
“O governador Beto Richa (PSDB) nos conduziu à greve ao deixar de cumprir o acordo firmado com a categoria no ano passado. Além da falta da reposição salarial, o governo desmonta a carreira do magistério ao não pagar as progressões e promoções nos últimos dois anos”, enfatiza Fabiano Severino. “Também não podemos aceitar que em um estado rico como o Paraná, um agente educacional continue a receber menos que um salário mínimo regional”, conclui.
O presidente da APP-Sindicato/Foz esclarece, ainda, que o calendário escolar será debatido somente ao final da greve, entre o sindicato e o governo. “Eventual cancelamento do calendário escolar não altera em nada o quadro de greve dos trabalhadores e de ocupação das escolas pelos alunos. A suspensão do calendário é apenas mais uma medida autoritária do governador, mas sem efeito, que tenta transferir a responsabilidade do governo para os pais, alunos e educadores, diz Severino.
Medidas contra os trabalhadores e os estudantes
A secretária de Formação da APP-Sindicato/Foz, Cátia Castro, explica que além de reivindicar a pauta da categoria, a greve é uma forma de resistência às medidas estruturais propostas pelos governos. Castro cita a PEC 241, que prevê a redução de gastos para as áreas essenciais, o PL 257, que promoverá um verdadeiro desmonte do serviço público, a reforma da previdência, que dificultará o acesso dos trabalhadores à aposentadoria e a reformulação do ensino médio, que implicará em prejuízo a todo o sistema educacional.
“São medidas que afetam a vida de todas as pessoas, que serão revertidas apenas com a mobilização, com o povo nas ruas defendendo os seus direitos. Nossa luta será por tempo indeterminado”, expõe Cátia Castro. Para a dirigente sindical, o governo já vem demonstrando sinais de recuo diante do fortalecimento dos movimentos no Paraná. “Além de nossa categoria, as universidades estão em greve e várias áreas do serviço público também estão paralisando”, reflete.
Aulão da Greve
O “QG da Greve” instalado na Praça do Mitre terá funcionamento diário, no horário das 07h30 às 20h. O local irá concentrar as principais atividades dos educadores, incluindo atendimento à imprensa e à comunidade, além de atividades públicas abertas para a população. Nesta terça-feira, 18, às 08h30, o Comando de Greve promove o “Aulão da Greve’, diálogo sobre a medida provisória do ensino médio, aberto a estudantes, pais e mães de alunos.
Assessoria APP