Se tornar um atleta profissional, independente da modalidade esportiva, não é algo fácil. Exige muito trabalho, dedicação e outros fatores que irá diferenciar cada um, além da qualidade. Por ser o esporte mais popular e mais valorizado do país, ser jogador de futebol acaba sendo uma meta para a maioria dos jovens, e mesmo os que conquistam esse objetivo, são poucos os jogadores que realizam o sonho de integrar a Seleção Brasileira de Futebol.
Se para os homens chegar até a Seleção já é algo difícil, para as mulheres acaba sendo muito mais. Afinal, o olhar para o futebol feminino não chega nem perto do masculino. Mas, e quando alguém é convocado, ou melhor, convocada para representar o país com apenas 13 anos de idade? Foi isso que aconteceu com a jogadora Karla Karolina Alves Machado, convocada, em 2013, para a categoria sub-15. Hoje, com 16 anos, está na categoria sub-17, mas pretende continuar trabalhando para ano que vem subir para o sub-20.
Karla Aves atua no meio de campo, e costuma marcar belos gols de fora da área, além de driblar as adversárias com certa facilidade. Experiente nos gramados, e nas quadras, a capitã se destaca não apenas pelo seu ótimo futebol, mas, também, pelo seu espírito de liderança, organizando a equipe durante as partidas e passando confiança às colegas.
Aluna do Colégio Estadual Monsenhor Guilherme, nesta edição dos Jogos Escolares do Paraná, representou a cidade de Foz do Iguaçu e, junto com o time, teve 100% de aproveitamento na Fase Macrorregional, em Terra Roxa, se classificando em primeiro lugar do grupo para a grande final que acontecerá em Apucarana.
Karla, que treina futsal desde os seis anos, e campo desde os dez, acredita que a desvalorização do futebol feminino no Brasil não é apenas por falta de apoio da torcida, mas também, de algumas atletas. “Eu acredito que falta apoio de ambos os lados. Quando as pessoas assistem aos jogos e veem que tem vontade, que as meninas realmente querem jogar, as pessoas incentivam mais. Falta divulgação, mas também é preciso que as atletas tenham mais seriedade no trabalho”, diz. Para ela, participar do projeto Bom de Bola é algo que acrescenta muito na vida de todos que estão em busca do seu sonho. “O projeto é lindo, soma muito. Acredito que vai crescer muito mais, e espero ver daqui uns anos algumas meninas que eu joguei contra brilhando na Seleção também”, conta animada.
Para a técnica Mayara Aguineli, ter uma jogadora igual a Karla na equipe é algo importante. “A gente tem sorte de ter ela no grupo. Uma menina experiente, Seleção Brasileira que consegue arrumar a equipe e fazer o time jogar”, diz. Companheira de elenco, a jogadora Daiane Villalba diz que a Karla é inspiração para as demais, e comenta a relação de todas com o time. “Com certeza a gente se inspira nela. Ela está realizando um sonho que muitas querem. O nosso lema é ‘somos um’, jogamos pelo time. A Karla joga pelo time, nós jogamos pela Karla, e é assim, uma ajudando, apoiando a outra. Apesar de ser um time, isso é uma família mesmo,” afirma.
Além da qualidade técnica e a confiança do time, Karla conta com o apoio da família, algo fundamental em sua vida. “Minha família me apoia muito desde meus seis anos, está sempre junto comigo. Eles são a minha base.” Realizada, para ela o futebol é resumido em felicidade. “O futebol pra mim é tudo. Se eu entro em campo eu esqueço os meus problemas, eu fico feliz. Acredito que seja a minha felicidade”, declara.
O Bom de Bola 2016 é realizado pelo Governo do Estado, por meio das Secretarias de Educação e do Esporte e Turismo, com apoio da Parati e do município de Terra Roxa.
Assessoria