Deflagrada em julho deste ano, a greve dos auditores fiscais da Receita Federal do Brasil, já resultou na demissão de 120 funcionários, em 302 transportadoras registradas em Foz do Iguaçu, que empregam mais de 2.800 pessoas.
De acordo com Edmilson Souza dos Santos, diretor da Câmara Técnica de Infraestrutura e Logística, do Conselho de Desenvolvimento Social e Econômico de Foz do Iguaçu (Codefoz), a fila de caminhões é muito maior do que o anunciado, devido à chamada “fila virtual”. Segundo Santos, esperam despacho hoje entre 600 e 700 caminhões do lado paraguaio da fronteira com Foz do Iguaçu, além de 280 na fronteira com Santa Helena e mais 360 na fronteira com Guaíra e Mundo Novo. No pátio das transportadoras de Foz do Iguaçu e Santa Terezinha de Itaipu, são 1.200 caminhões com senha esperando para entrar no Porto Seco.
“Esse cenário que estão pintando para a sociedade é fictício, existe uma fila virtual. Nosso problema não está na Receita Federal. Nosso problema está com a classe política, no Congresso Nacional. Esse problema não irá se resolver localmente, à nível de aduana”, disse Edmilson Souza dos Santos.
O representante das transportadoras fala ainda, que mais demissões podem acontecer nos próximos meses. “Não tem como honrar a folha de pagamento a partir de dezembro. São 120 demissões em três meses, sem contar contratações e renovações de frota. O único setor produtivo desse país que estava funcionando era o de exportações”, ressaltou.
Sedo o maior Porto Seco de liberações de cargas na América Latina, o porto de Foz do Iguaçu, gerou, apenas em 2015, 18 bilhões de dólares.