O Ministério Público Federal (MPF) gerou 65.268 relatórios com indicativos de irregularidades na arrecadação de recursos de campanha para as eleições de 2016. O número representa 13% do total de candidatos. As informações foram reunidas pelo sistema Sisconta Eleitoral, no módulo Conta-suja, usado pela primeira vez este ano.
Entre as irregularidades encontradas estão doadores inscritos em programas sociais do governo ou como desempregados no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Também foram verificados casos de doações feitas por mortos.
Empresas também estão na mira da fiscalização. O sistema cruza dados de sócios, diretores e responsáveis por empresas e organizações recebedoras de recursos públicos que aparecem como doadores de campanha. Muitos funcionários de uma mesma empresa financiando campanha também desperta a suspeita em relação a doação camuflada.
O relatório do Conta-suja está sendo enviado os membros do Ministério Público Eleitoral. Ao ter acesso a essas informações, cabe ao promotor eleitoral avaliar a situação e realizar as diligências necessárias para a confirmação dos indícios.