Em um jogo de futebol sofrível, que dignificou o Z-4, o Inter conseguiu perder para o lanterna do Brasileirão, o América-MG, por 1 a 0, e não parece crível que consiga escapar da segunda divisão. Com o resultado, o time de Celso Roth ocupa a antepenúltima colocação no campeonato, dois pontos atrás do Vitória, o primeiro clube e escapar do descenso no momento.
Nesta quinta-feira, o Inter voltará à Copa do Brasil, realizando o jogo de volta, contra o Fortaleza, no Castelão (o Inter venceu o jogo de ida por 3 a 0). No domingo, de volta ao Campeonato Brasileiro, um problemão: o Atlético-MG, de novo em Belo Horizonte.
Em um cenário deprimente, com a Arena Independência quase vazia, arquibancadas que faziam eco nos poucos gritos da torcida, tendo o América-MG, o lanterna do Brasileirão, como adversário e jogando em uma segunda-feira à noite, o Inter tentou adotar uma postura mais agressiva do que em recentes rodadas do Brasileirão. Minutos antes da partida, o time mineiro perdeu o goleiro titular. João Ricardo sentiu uma lesão no aquecimento e foi retirado do jogo.
E a tática de rechear o meio-campo com três volantes deu resultado no início da partida. Sob chuva, e com menos de cinco minutos de jogo, o Inter já tinha duas boas conclusões a gol, uma com Valdívia, outra com Fabinho. Mas foi apenas impressão. A partir dos 10 minutos, os donos da casa passaram a mandar no jogo. O América começou a pressionar o Inter, que se defendia e tentava sair em contra-ataques.
O restante do primeiro tempo foi uma agressão ao bom futebol. O meio-campo do Inter não criava absolutamente nada e, pasmem, dependia de Fabinho para sair jogando. Valdívia tentava levar o time ao ataque em improdutivos lances individuais. E o América, virtualmente rebaixado, seguia superior no Independência.
Aos 34 minutos, Leandro Guerreiro (titular do Inter em 2000) por pouco não marcou. Matheusinho, que substituiu ao lesionado Osman, bateu rente à trave, aos 39. O Inter voltou ao ataque. William tentou cruzar, a bola desviou em um marcador e foi na direção do gol — para a defesa de Fernando Leal. O final do primeiro tempo surgiu como um alívio para quem gosta de futebol.
“Estamos ansiosos e com receio de errar. Não conseguimos criar muito. É um jogo de bolas paradas”, disse Sasha, no intervalo.
Na segunda etapa, Roth voltou com a mesma formação. Parecia acreditar em um plano tático que deu em nada no primeiro tempo. O Inter, então, precisou de 20 minutos para conseguir a primeira conclusão em direção ao gol. Em cobrança de escanteio, Sasha bateu rasteiro e Fernando Leal defendeu no chão. Em seguida, Ernandes, de cabeça, por pouco não marcou para os mineiros.
Na área técnica, Celso Roth ora caminhava de lado a lado, ora ficava escorado na casamata. Foi de onde ele viu Ernandes bater de fora da área e acertar o travessão. Aos 30 minutos, enfim, uma troca no Inter. Entrou Seijas, saiu Anselmo — porque pediu a substituição, com cãibras. Depois, Nico López foi a campo. Mas nem mesmo eles conseguiram evitar a pressão do América. Ernandes ainda teve duas chances para marcar. Aos 44, o último suspiro do Inter. Em jogada de William, Nico recebeu na entrada da área e bateu fraco. O goleiro defendeu e, no contra-ataque, o América marcou o gol que pode ter enterrado o Inter. Matheusinho cruzou na área, Maicon desviou de cabeça e a bola encobriu Danilo Fernandes, que estava mal posicionado. Gol. O América bateu o Inter e obteve apenas a sua quarta vitória no campeonato.
Rádio Gaúcha