O Conselho Estadual de Meio Ambiente aprovou nesta terça-feira (13) a obrigatoriedade de diagnóstico, monitoramento e mitigação dos atropelamentos de animais silvestres nas estradas, rodovias e ferrovias do Paraná. O monitoramento deverá ser feito por concessionárias e gestores das vias, como municípios, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e o Departamento de Estradas de Rodagens (DER), por exemplo.
A proposta do tema foi encaminhada pelo Conselho Regional de Biologia. A resolução aprovada estabelece também que para obter a Licença Ambiental no Instituto Ambiental do Paraná (IAP), o empreendedor deverá elaborar um diagnóstico de atropelamento de animais silvestres, identificando as espécies e os trechos onde mais ocorrem os acidentes.
A reunião, que aconteceu em Curitiba, foi presidida pelo secretário estadual de Meio Ambiente e presidente do Conselho, Antonio Carlos Bonetti. “A necessidade de preservar o meio ambiente e a segurança do tráfego em todo o Estado foi o principal objetivo da discussão do Conselho. Os atropelamentos dos animais, sejam eles de grande, médio ou pequeno porte, têm uma consequência grave para a fauna nativa”, explica Bonetti.
Depois de publicada no Diário Oficial da União, a resolução terá caráter normativo e deverá ser seguida pelos empreendedores do Estado. “A partir de agora, para se conseguir a Licença Ambiental do IAP, os gestores das vias deverão fazer um diagnóstico da área e indicar medidas mitigatórias que diminuam os atropelamentos, como redutores de velocidade, sinalizadores ou até mesmo medidas de educação ambiental”, explica João Batista, diretor executivo do Conselho Estadual de Meio Ambiente.
APLICATIVO – Um estudo publicado pela Universidade Federal de Lavras, Minas Gerais, estima que cerca de 475 milhões de animais silvestres morrem, por ano, atropelados nas rodovias do Brasil. A região Sul é a segunda do País onde ocorrem mais atropelamentos – 20% dos acidentes acontecem na BR-277.
No Paraná , entre 2014 e 2016, foram registrados 542 atropelamentos de animais silvestres em estradas e rodovias. Para reduzir esses números, pesquisadores de Minas Gerais desenvolveram um aplicativo para celular para controlar as áreas mais críticas de atropelamento, além de incentivar a formulação de políticas públicas para as estradas.
Chamado de Urubu Mobile, o aplicativo está disponível para o sistema Android e permite aos motoristas registrarem o acidente para ajudar a estruturar o Banco de Dados Brasileiro de Atropelamento de Fauna Selvagem (Bafs) e enviar as infirmações para o Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia em Estradas (CBEE) com o objetivo de identificar as áreas onde ocorrem mais atropelamentos de fauna em todo Brasil.
Para isso, basta tirar uma foto do animal atropelado por meio do aplicativo. A localização geográfica é obtida por GPS e data e hora são identificadas automaticamente pelo Urubu Mobile. O aplicativo está disponível em Play Story.
AEN