Por APP/Sindicato
Educadores das escolas estaduais de Foz do Iguaçu e região participam da Assembleia Estadual da APP-Sindicato, neste sábado, 17, em Curitiba. O encontro definirá as próximas mobilizações da categoria, incluindo a proposta de paralisação das atividades por tempo indeterminado. Em estado de greve desde 25 de junho, professores e funcionários cobram do Governo do Estado o pagamento de dívidas em atraso e a negociação sobre a pauta da educação.
A APP-Sindicato/Foz mobiliza os servidores das nove cidades de abrangência do Núcleo Sindical de Foz do Iguaçu para a reunião do Conselho Regional e a Assembleia Regional. O objetivo é avaliar o cenário e definir uma posição coletiva da base, a ser apresentada durante o encontro estadual, na Capital do Estado. A direção regional do sindicato ainda segue realizando visitas às instituições de ensino, dialogando com a comunidade escolar.
De acordo com o presidente da APP-Sindicato/Foz, Fabiano Severino, a assembleia da educação acontece em um momento complexo para os trabalhadores e para toda a população. Severino explica que a conjuntura estadual e nacional é marcada por uma agenda de ataques contra direitos trabalhistas e sociais e por um programa de cortes que reduzirão os serviços públicos essenciais à população, como educação e saúde.
“Os projetos que avançam no Paraná e no Brasil fazem parte da mesma agenda. Tentam transferir para a população, os servidores e os trabalhadores do setor privado o custo da crise econômica e política”, defende Fabiano Severino. “Na educação, o Governo do Estado promove um verdadeiro desmonte, que se não for evitado com a união de toda a sociedade, poderá comprometer o funcionamento da escola pública e a formação da juventude”, aponta.
Governo autoritário
O presidente da APP-Sindicato/Foz enumera as reivindicações da categoria que não são atendidas pelo governo paranaense. Entre os itens da pauta, Fabiano Severino destaca a falta de pagamento das progressões e promoções, a ausência de concurso para a contratação de servidores, a carência de investimentos na infraestrutura e em programas educacionais para melhorar as condições de ensino e aprendizagem e o comprometimento da oferta da merenda escolar.
“Além de não dialogar, o governador Beto Richa é truculento e autoritário com os educadores, tentando pelo medo desmobilizar a categoria”, expõe Severino. O dirigente sindical explica que o governo acaba de suspender o pagamento do período noturno para as licenças de educadores e consignou falta pela paralisação de 30 de agosto, fatos que não aconteceram em décadas. “São medidas ilegais que o sindicato está questionando juridicamente”, conta.
Agenda contra os direitos
Severino explica que o pacote formado pelo PL 241, a PEC 257 e as reformas previdenciária e trabalhista irão retirar direitos dos servidores municipais, estaduais e federais, dos trabalhadores da iniciativa privada e da população que utiliza os serviços públicos. As medidas, diz o ativista sindical, permitirão ao governo economizar recursos para o pagamento da dívida pública com instituições financeiras ao custo de um grande retrocesso social e trabalhista.
“Toda a população com menos de cinquenta anos será afetada com a reforma da previdência. Professoras e professores, por exemplo, terão de trabalhar até 15 anos a mais para se aposentar”, reflete Fabiano Severino. “O conjunto de medidas congela salários, gera desempregos públicos, acaba com o sistema de proteção do trabalhador privado e retira recursos da saúde e da educação. É quase inevitável uma greve geral no país para enfrentar esse processo”, conclui.