Na tarde desta terça-feira, 06, os peritos da Polícia Federal falaram sobre as investigações envolvendo as obras dos asfaltos em Foz do Iguaçu. Até o momento oito laudos foram concluídos pelos peritos, ainda restam quatro a serem analisados. A PF investiga a espessura do asfalto em algumas obras no município e suposto esquema de superfaturamento por parte de agentes públicos. A investigação é âmbito da Operação Pecúlio.
Nesta primeira etapa, os peritos separaram por laudos as investigações. No primeiro laude analisaram as obras nas Avenidas José Maria de Brito e Ranieri Mazzili. Ambas com as obras inacabáveis. Na medição do asfalto, por exemplo, na Avenida José Maria de Brito a espessura do asfalto deveria ser 7cm, mas foi constatado apenas 4,4cm. Uma diferença de 37%. Já na Av Ranieri Mazzili o problema foi ainda maior, 3,8% foi a medicação da obra, uma diferença de 46% de irregularidade. Segundo os peritos, um superfaturamento de mais de 500 mil reais.
No segundo laudo entrou a fiscalização nas avenidas Pedro Basso e João Paulo II. Nas obras nestas avenidas também houve superfaturamento. Segundo a Polícia Federal, as obras nestas duas avenidas estavam licitadas no valor de R$ 357.382,49 reais, no entanto o valor pago foi r$440.228,79, superfaturando assim R$90.846,30. Houve a diminuição da espessura das camadas do pavimento para que os agentes públicos pudessem superfaturar.
O delegado da Polícia Federal, Sergio Ueda, que acompanha a operação explicou os acusados responderam por fraude a licitação. Segundo ele, na época em que iniciou as obras o secretário de Obras era Evori Patzlaff, já preso na operação Pecúlio. No entanto, segundo a PF, outros secretários assumiram a pasta após Evori e também são acusados, como o ex-secretário Carlos Juliano Budel, também preso na Pecúlio. “É importante ressalta que nestas obras existem mais empresas envolvidas e, se comprovados crimes, deverão responder também o processo”. Disse o delegado.
O perito da Polícia Federal, Giovani Vilnei Rota ressaltou que as investigações vão continuar em outras ruas e avenidas da cidade. “Encontramos grandes diferenças na espessura dos asfalto nas últimas obras feitas no município. Não podemos afirmar que os agentes públicos tiveram a intenção de superfaturar, mas podemos afirmar que o maior erro foi a falta de fiscalização por parte da prefeitura”. Finalizou, reforçando que a investigação vai continuar.