Há 13 anos à frente da Itaipu Binacional, uma empresa já consagrada como símbolo da união entre Brasil e Paraguai, o diretor-geral brasileiro, Jorge Samek, foi um dos palestrantes no painel Desintegração e a Nova Integração Sul-Americana, durante o 4º Fórum de Agricultura da América do Sul, nesta sexta-feira (26), no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba. O evento começou na quinta-feira (25) e teve a Itaipu como uma das empresas patrocinadoras.
Samek falou sobre a sua experiência na Itaipu. Em suas palavras, integração “é uma das coisas mais difíceis do mundo”, principalmente pela questão política. “O processo de integração não pode depender da questão política. Porque a política é a arte de procurar defeito. Aí você acha o defeito e diagnostica de forma equivocada. E depois dá um remédio errado”, comparou.
Competência, criatividade, vontade e perseverança são os caminhos para fazer dar certo, segundo o diretor, que ainda citou as cooperativas existentes na região Oeste do Paraná como exemplos. “Se quisermos adotar um belíssimo programa a nível de América do Sul, é exatamente seguir o exemplo que as cooperativas adotaram fortemente no Oeste. É integração pelo conhecimento, pela tecnologia, pelo produto de qualidade”.
Mesmo durante a crise, as cooperativas da região registraram crescimento. “Em 2015, a cooperativa Lar cresceu 31,8%. Em um ano. Nenhuma delas ficou abaixo dos 22%”, afirmou. Nas cidades em que as cooperativas atuam, segundo ele, não há desemprego.
O painel foi mediado pelo professor da UFPR Eugenio Stefanelo e contou também com a apresentação de Hernán Chiriboga, representante do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) no Brasil. Ele falou sobre a importância de se trabalhar para que a juventude rural fique no campo. “Precisamos de mais líderes jovens, temos que fazer o setor rural mais atrativo para a juventude.”
Bioenergia
O painel Bioenergia: Ativo rentável e renovável do agronegócio, também realizado nesta sexta, contou com a presença do superintendente de Energias Renováveis da Itaipu, Herlon Goerzel de Almeida. Ele mostrou a experiência da empresa com as energias renováveis. “Não há mais espaço para processos produtivos e de desenvolvimento sem alinhamento efetivo com a sustentabilidade”, afirmou.
Os principais produtos que a empresa desenvolveu foram o biogás e o biometano, que vêm de dejetos animais. Herlon explicou que o biometano faz o saneamento ambiental das propriedades e gera energia. Consequentemente, gera trabalho e renda e reduz custos.
São três as possibilidades de uso do biometano: geração de energia elétrica para reduzir custos e estabilizar as redes elétricas rurais; geração de energia térmica para substituir a lenha e combustível para mobilidade com redução de custos. O produto resultante do processo, o biofertilizante, reduz a necessidade do uso de adubos químicos.
Itaipu não apenas adota os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, como também os propaga. “As energias renováveis contribuem para essa adequação na agricultura brasileira. São um dos fatores disponíveis para contribuir como diferenciação mundial das cadeias agroalimentares e de redução de custos na agricultura e na agroindústria”, disse.
Também falaram no painel, por videoconferência, o diretor de Pesquisas em Commodities e Desenvolvimento de Produtos da bolsa de Chicago, David Lehman, e o gerente de Pesquisa do Rabobank, Andy Duff.
O fórum foi organizado pelo Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo, com patrocínio da Itaipu, entre outras empresas, e realizado no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba. Contou com 12 painéis e mais de 30 palestrantes de 13 países. A quinta edição vai acontecer nos dias 24 e 25 de agosto de 2017.
Itaipu Binacional