A cidade de Capanema, no Sudoeste, foi a campeã de geração de empregos no primeiro semestre no Paraná, com um saldo positivo de 2.519 vagas, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. O aumento do emprego na cidade é fruto, principalmente, da construção da hidrelétrica Baixo Iguaçu, que tem participação da Copel. Somente na construção civil foram 2.519 vagas no município no primeiro semestre.
Com 18,5 mil habitantes, é um exemplo de como as cidades pequenas vêm contornando a desaceleração econômica e puxando a geração de empregos no Estado. Um levantamento do Observatório do Trabalho, da Secretaria de Justiça, Trabalho e Direitos Humanos com dados do Caged, mostra que das dez cidades que mais geraram vagas nos primeiros seis meses de 2016 no Paraná, nove tem menos de 65 mil habitantes. Apenas Toledo, que aparece na lista, tem mais de 100 mil habitantes.
Depois de Capanema, o município de Medianeira foi o segundo com maior saldo de 596 vagas, seguido por Toledo (495), Florestópolis, com (467), Marialva (456), Santo Inácio (319), Bocaiúva do Sul ( 308), Cambará (306), Santa Helena ( 273) e Jaguapitã (272).
Setores como construção civil, frigoríficos e sucroalcooleiro puxaram o emprego nesses municípios. Mas há também geração de vagas na área de saúde, laboratórios, indústria de madeira e de vestuário.
SEXTO DO BRASIL – Com o desempenho, Capanema se posicionou em sexto lugar no Brasil na geração de emprego nos primeiros seis meses do ano no Brasil. Ficou atrás de Franca (SP), Cristalina (GO), Venâncio Aires (RS), Nova Serrana (MG) e Juazeiro (BA).
O interior vem se saindo melhor na crise e chama a atenção o fato de que são os municípios de menor porte que estão se destacando”, diz Suelen Glinski Rodrigues dos Santos, economista do Observatório do Trabalho. O desempenho dos pequenos municípios contrasta com das cidades maiores, que vêm sendo mais afetadas pela crise econômica, principalmente por conta da retração das vendas da indústria.
AGROPECUÁRIA E SERVIÇOS – Boa parte do desempenho do Interior vem da agropecuária e do setor de serviços. No acumulado do ano, foram 1.471 vagas geradas pelo setor agropecuário em todo Paraná, atrás apenas do setor de serviços, com 1.831 empregos, de acordo com o Caged.
“O Paraná demorou um pouco mais para começar a sentir os efeitos da crise e tende a sair mais rápido dela porque alguns setores, como a agropecuária e serviços, principalmente, ainda apresentam saldos positivos. Quando os demais setores reagirem, o Estado rapidamente apresentará saldos gerais melhores”, diz Suelen.
AEN