Antes mesmo do início oficial dos Jogos Olímpicos, o Brasil entra em campo para a sua primeira disputa. Nesta quarta-feira (3), a seleção brasileira de futebol feminino começa a correr atrás de uma medalha de ouro contra a seleção da China. A partida acontece às 15h no estádio Engenhão (Rio de Janeiro) e terá transmissão da Rádio Nacional para todo o país.
Mais do que um título inédito, as jogadoras da seleção veem na conquista uma forma de conseguir a afirmação definitiva da modalidade no país.
“A conquista do ouro seria decisiva para a evolução do futebol feminino no Brasil. As pessoas sabem que a gente ganhou uma prata, mas um ouro ninguém esquece. Atletas que ganharam medalhas de ouro não foram esquecidos e até hoje recebem ajuda, patrocinadores”, aponta a goleira Bárbara.
A esperança dela e de outras atletas é que a visibilidade no esporte façam os próprios clubes se fortalecerem no país e, quem sabe, o futebol das meninas caia tanto no gosto dos torcedores como o masculino. Por enquanto, os números mostram uma realidade diferente: das 18 convocadas para os jogos, 13 jogam no exterior e cinco fazem parte da seleção permanente, projeto criado no início de 2015 com o objetivo de garantir um bom resultado nas Olimpíadas.
Bárbara, que é uma das atletas do time permanente, ressalta a qualidade do projeto: “Esse um ano e meio que nós ficamos juntas só teve a somar. A gente convive no dia a dia e hoje a gente consegue jogar de olhos fechados. Acredito que a seleção hoje tem uma cara e podemos buscar a medalha”, aponta.
Apesar de ter a garantia do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, de que o projeto vai continuar, ainda não se sabe se as jogadoras atuais serão mantidas. “Não sabemos o que vai se fazer no pós-olimpíadas. Algumas jogadoras tem contrato, outras não. Eu não tenho, mas pretendo continuar, ajudar meus país e desenvolver o meu trabalho”, diz. O desempenho nas próprias Olimpíadas pode ser decisivo em relação à continuidade de algumas atletas na seleção.
Despedida da capitã
As Olimpíadas também marcam a despedida da capitã da seleção brasileira, Formiga. Aos 38 anos, ela vai encerrar a carreira após a disputa da sexta edição dos jogos. Bárbara diz que o título olímpico não só seria uma forma de Formiga fechar o ciclo na seleção com chave de ouro como também seria uma forma das outras jogadoras a convencerem a seguir no time:
“Ela parar é uma perda muito grande para nós que jogamos futebol. Apesar de ela ter uma idade avançada, isso não é muita coisa porque o potencial que ela tem é infinito. A gente queria muito que ela desse continuidade. A gente precisa muito dela. A gente vai em busca deste ouro. Quem sabe ela se motiva mais para tentar buscar alguma coisa com a seleção”.
Depois da partida contra a China, o time de Bárbara, Formiga e outras jogadoras (como a craque Marta) ainda enfrenta a África do Sul e a Suécia. Ao todo, doze seleções disputam o torneio de futebol feminino nas Olimpíadas.
EBC