Titular nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, Bruna Benites espera escrever uma história diferente na Seleção Brasileira Feminina neste ano. Para a zagueira, o cenário de agora não poderia ser melhor. Afinal, o Brasil é sede da maior competição esportiva do mundo.
– Quando a gente foi eliminada em Londres, eu já estava pensando aqui, porque acho que seria o cenário perfeito: dentro de casa, com o estádio lotado e ganhando uma medalha histórica. E que fique bem claro que, se nós ganharmos, essa medalha não é só nossa, vai ser para a população brasileira. Acho que a gente merece ter alegrias e ter esse reconhecimento. E merecemos tentar mudar a história do futebol feminino brasileiro – disse Bruna, em entrevista ao site da CBF para a série Papo Olímpico.
Aos 30 anos, Bruna Benites é uma das líderes da Seleção Feminina e está de volta ao grupo após ficar de fora da Copa do Mundo do Canadá e dos Jogos Pan-Americanos de Toronto, ambos em 2015. Um mês antes do Mundial, a zagueira sofreu uma lesão no joelho e precisou operar. Escolhida pelo técnico Vadão como uma das 18 jogadoras que irão defender o Brasil na Rio 2016, Bruna não esconde a felicidade em estar recuperada e revela ansiedade para ver casa cheia nos jogos da Seleção.
– Ano passado, quando eu me machuquei um mês antes do Mundial, a única coisa que eu pensava era “não posso ficar fora da Olimpíada, não quero ficar fora”. É lógico que lamentei muito pelo Mundial, mas você ter a oportunidade de jogar uma competição do tamanho que é a Olimpíada dentro de casa, com toda a torcida assistindo, é muito gratificante. A gente sabe que, infelizmente, o futebol feminino ainda não tem um grande público dentro do Brasil. E eu tenho certeza que em uma competição grande como a Olimpíada é lógico que as pessoas vão querer ver a gente de perto e apoiar – contou a jogadora.
Assim como as experientes Marta, Cristiane e Formiga, Bruna Benites também é referência de liderança no time do técnico Vadão. A principal dica que a zagueira passa para o grupo é a concentração total na busca pela inédita medalha de ouro. Com os pés no chão, Bruna contou que conversa com as meninas sobre o “vislumbre” de viver na Vila Olímpica ao lado de grandes atletas de vários países.
– Uma coisa que temos conversado muito é a questão da gente estar muito vislumbrada com a competição, que é grande. Vão ter atletas de ponta, de vários países, pessoas que a gente admira pela TV que de repente estarão ali andando do seu lado. Só que não podemos esquecer nunca que nosso objetivo não é aquele, nosso objetivo é conquistar a medalha. É lógico que tudo isso é legal, um privilégio que nem todo atleta tem, porque não é todo atleta que é olímpico. Então o que tento deixar claro para elas é isso: primeiro vamos no nosso foco, tentar alcançar o que a gente quer, depois vamos ter todo o tempo do mundo para curtir tudo o que é a Olimpíada – revelou.
CBF