A região de Foz do Iguaçu, no Paraná, vai ganhar um Fórum Permanente de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, com a participação de representantes do Brasil, Paraguai e Argentina. A criação será durante o 3º Seminário Trinacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, nesta quarta (27) e quinta-feira (28), no campus da Unioeste de Foz do Iguaçu.
A abertura do evento, que tem o apoio da Itaipu Binacional, por meio do Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente (PPCA), será às 19h, com palestras do delegado federal Marcos Leôncio, integrante do Conselho Nacional Tráfico de Pessoas; da antropóloga Márcia Sprandel, pesquisadora sobre o tema migrações; e de Luz Gamelia, coordenadora do setor de combate ao tráfico de pessoas do Ministério da Mulher do Paraguai.
No dia 28, ocorrerão mesas redondas e grupos de trabalho para debater o assunto nos três países. “Há anos Itaipu apoia projetos e campanhas em prol da redução do tráfico de pessoas e, agora, será uma das articuladoras pela união de forças entre os países da fronteira no combate a esse crime”, disse Maria Emília Medeiros de Souza, coordenadora do PPCA.
Organizado pela Cáritas Diocesana, o seminário faz parte das celebrações do Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, lembrado no dia 30 de julho. A data foi instituída em 2013, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Integra também a 3ª Semana Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, de 25 a 30 de julho.
O fórum
Segundo Maria Emília, o local e a forma de funcionamento do fórum serão definidos durante o seminário. A ideia é unir forças contra esse tipo de crime, considerado a terceira atividade ilícita mais lucrativa do mundo (perde apenas para o tráfico de drogas e de armas) e que movimenta em todo o mundo cerca de US$ 32 bilhões por ano. “Nenhum país consegue escapar desse crime que viola diretamente os direitos humanos. Acreditamos que juntos seremos mais fortes”, disse Maria Emília.
O fórum atuará em três eixos: prevenção, atenção e repressão. Para isso, as forças serão concentradas no incentivo à denúncia, pois muitas pessoas ainda sentem medo de denunciar e, com isso, o tráfico aumenta.
Em 2014, a região chegou a ganhar um fórum para tratar do assunto, mas o projeto não avançou por falta de adesão. Desta vez, a expectativa é que o grupo seja implantado.
Hoje, em todo o planeta, 2,4 milhões de homens, mulheres e crianças são traficadas todos os anos. Cerca de 85% têm como fim a exploração sexual. Para denunciar casos e situações de tráfico humano no Brasil, podem ser utilizadas duas centrais de apoio, o Disque 100 (Violação de Direitos Humanos) e o número 180 (Central de Atendimento à Mulher).
Tráfico Humano
O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas Crime considera tráfico de pessoas o “recrutamento, transporte, transferência, abrigo ou recebimento de pessoas, por meio de ameaça ou uso da força ou outras formas de coerção, de rapto, de fraude, de engano, do abuso de poder ou de uma posição de vulnerabilidade ou de dar ou receber pagamentos ou benefícios para obter o consentimento para uma pessoa ter controle sobre outra pessoa, para o propósito de exploração”.