A nota foi publicada nas páginas oficiais das entidades na sexta-feira, 15. O pronunciamento é acerca das negociações em torno da recomposição parcial da remuneração dos agentes públicos que representam.
As entidades representam todos os juízes e membros do Ministério Público brasileiro, auditores fiscais da Receita Federal do Brasil, delegados de Polícia Federal, peritos criminais federais, bem como agentes, papiloscopistas e escrivães também da Polícia Federal. Tais categorias atuam na defesa do Estado de Direito, da ordem jurídico-constitucional e das leis. São essenciais à promoção da cidadania e ao combate à corrupção, não por acaso integrando ações como a denominada Operação Lava Jato.
Continua nota dizendo que “o Brasil assistiu, nas últimas semanas, a negociação e a aprovação, junto ao Poder Executivo e ao Congresso Nacional, de projetos de lei que garantem recomposição da inflação, parcial e parcelada, na remuneração de quase todas as categorias que formam o quadro de agentes da União.
O presidente Michel Temer comprometeu-se publicamente em cumprir os acordos que foram fechados – após prolongadas negociações – ainda sob o governo da presidente Dilma Rousseff. Registrem-se, ainda, os recentes esclarecimentos do ministro do Planejamento junto ao Congresso Nacional, no sentido de que estes reajustes já estavam previstos no orçamento de 2016 e de que, mais do que compatíveis, são adequados e funcionais a uma política econômica de recuperação do País e das finanças públicas.
Na esteira de tais fatos, foram encaminhados e aprovados os projetos de Lei referentes a recomposição de todas as categorias do ente federal. Todos, menos os projetos referentes às categorias signatárias, que são, precisamente, aquelas que atuam diretamente nas atividades de promoção de cidadania e salvaguarda da ordem jurídica, de exação fiscal e de polícia judiciária e de fronteira.
Ao mesmo tempo, projetos com impacto financeiro exponencialmente maior foram aprovados. Proposições de categorias com maior remuneração média – inclusas aquelas do Poder Legislativo – foram também aprovadas, sem oposição relevante. Entretanto, os projetos concernentes à recuperação inflacionária parcial de juízes, procuradores, promotores, delegados, agentes, peritos criminais, auditores fiscais e servidores da Polícia e da Receita Federal foram sobrestados, paralisados ou adiados, em diferentes fases da negociação, sob justificativas pretensamente técnico-formais, a despeito do aval público, prévio e reiterado das áreas econômicas do Governo.
O compromisso do Governo e a palavra dos presidentes Michel Temer e Dilma Rousseff devem valer para todos os casos, porque celebrados no espaço público, com transparência e lealdade. Por outro lado, certamente não interessa ao Brasil, que se quer “passar a limpo”, discriminar, desorganizar, retaliar ou constranger as categorias públicas que compõem a linha de frente do combate à corrupção e da construção de um Brasil mais justo.
Porque prezam o diálogo e a palavra, as signatárias confiam no cumprimento dos acordos entabulados, sem recuos ou discriminações, e seguirão a trabalhar pelo Brasil.”
O documento é assinado pela: A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), a Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), a Associação Nacional do Ministério Público Militar (ANMPM), a Associação dos Membros do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (AMPDFT), a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), a Associação Nacional do Peritos Criminais Federais (APCF), e o Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional).
Em seguida com os nomes dos então presidentes:
João Ricardo Costa – Presidente da AMB e Coordenador da Frentas
José Robalinho Cavalcanti – Presidente da ANPR
Roberto Veloso – Presidente da AJUFE
Norma Angélica Cavalcanti – Presidente da CONAMP
Germano Silveira de Siqueira – Presidente da ANAMATRA
Ângelo Fabiano Farias da Costa – Presidente da ANPT
Sebastião Coelho da Silva – Presidente da AMAGIS-DF
Elísio Teixeira Lima Neto – Presidente da AMPDFT
Carlos Eduardo Miguel Sobral – Presidente da ADPF
Giovanni Rattacaso – Presidente da ANMPM
Luís Antônio de A. Boudens – Presidente da FENAPEF
Cláudio Márcio O. Damasceno – Presidente do Sindifisco Nacional
André Luiz da Costa Morisson – Presidente da APCF