Professores, pedagogos e agentes educacionais deflagraram estado de greve nas escolas da rede estadual do Paraná. O movimento foi aprovado por unanimidade durante a Assembleia Estadual Extraordinária da categoria, realizada sábado (25), em Curitiba. Foi definido um extenso calendário de mobilizações e paralisação no dia 30 de agosto.
Durante o estado de greve, serão realizados atos, debates, seminários e atividades de conscientização nas instituições de ensino, até a paralisação em agosto. Caso o Governo do Paraná permaneça sem apresentar propostas durante as negociações mensais com os servidores e mantenha as medidas que atacam a carreira, uma nova greve da educação poderá ser iniciada.
De acordo com os educadores, a dívida do governo com os trabalhadores da educação em progressões e promoções funcionais atingiu R$ 270 milhões. Cada professor paranaense já perdeu um salário e meio devido à defasagem da remuneração, pois o Governo do Estado não cumpre a lei do piso. Nas escolas faltam servidores, investimentos em infraestrutura e merenda.
Para o presidente da APP-Sindicato/Foz, Fabiano Severino, o governo tem recursos para investir na escola pública. “O Paraná aumentou as receitas e o valor da folha de pagamento está abaixo do que determina a legislação”, explica Fabiano. “Não há motivos para o atraso dos pagamentos aos trabalhadores da educação e para não assegurar os direitos trabalhistas”, enfatiza.
Cenário
Durante a assembleia estadual, os educadores também refletiram sobre a conjuntura política. Na avaliação da categoria, os governos planejam alterações profundas na legislação visando à flexibilização das leis trabalhistas, o aumento da idade mínima de aposentadoria, o fim da aposentadoria especial do magistério, o congelamento dos salários do funcionalismo e o corte de investimentos nas áreas de educação e saúde.
“O acordo de renegociação das dívidas dos estados com o Governo Federal, feito recentemente, impõe corte de investimentos e a retirada de direitos trabalhistas”, expõe Fabiano Severino. “No Paraná, a situação é ainda mais dramática, pois o atual governo é pioneiro em ataques contra o funcionalismo e na restrição de serviços públicos para a população”, complementa.
Neste cenário considerado pelos educadores como de resistência, o objetivo é unificar a mobilização de todas as categorias de servidores paranaenses e construir um movimento em conjunto com os trabalhadores da iniciativa privada. “Os ataques são contra todos os trabalhadores. Por isso, as lutas precisam ser unificadas para que não seja permitido nenhum retrocesso”, reflete Fabiano Severino.
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