A Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga as denúncias deflagradas pela Operação Pecúlio da Polícia Federal de Foz do Iguaçu definiu na manhã desta quinta-feira (23) que vai dar início aos trabalhos de elaboração de um relatório parcial sobre a primeira etapa de depoimentos colhidos até então.
Neste relatório poderá ainda constar o depoimento de Carlos Juliano Budel e Aires Silva, que não prestaram depoimentos nesta quinta-feira por problemas de ordem pessoal e jurídica.
O ex-diretor de obras e pavimentação da Prefeitura de Foz, Aires Silva, chegou a comparecer à CPI, mas solicitou a remarcação da data, alegando a ausência do advogado de defesa dele. A CPI antedeu ao pedido do ex-diretor de Obras e transferiu o depoimento dele para a próxima segunda, dia 27.
Uma falha de comunicação entre a Polícia Federal e a Vara de Execuções Penais – VEP, contribuiu para a ausência do depoimento do ex-diretor superintendente e ex-secretário de Obras, Carlos Juliano Budel, que deveria ter prestado esclarecimentos a CPI na manhã de hoje. Os integrantes da Comissão ficaram aguardando a chegada do depoente e após uma hora de espera receberam a ligação do delegado da Polícia Federal informando que não houve tempo hábil de comunicação à Justiça para a liberação de Budel para prestar depoimento.
Segundo o delegado Fábio Tamura, em conversa por telefone com o responsável por secretariar os trabalhos da CPI, não houve tempo hábil de a Polícia Federal fazer os trâmites burocráticos necessários para que o depoente comparecesse hoje (23). Em virtude disso, a PF pediu que o depoimento de Budel fosse reagendado.
Segundo Oswaldo Loureiro, advogado do ex-Secretário de Obras, “Budel está preparado e virá à Comissão”. Ainda segundo Loureiro, “Budel vê com respeito os trabalhos da Câmara e virá até o Legislativo e fará o seu papel de responder às indagações”.
.: O RELATÓRIO PARCIAL :.
Diante de novos fatos revelados pela terceira etapa da Operação Pecúlio, que resultou na prisão preventiva de algumas pessoas que já estavam sendo notificadas para depor à CPI, e com as delações premiadas de alguns envolvidos, os integrantes da comissão resolveram rever o calendário de depoimentos e dar início ao primeiro relatório a ser apresentado ao plenário no próximo dia 4 de julho.
A proposta é reduzir o número de oitivas e se debruçar nos quatro volumes de depoimentos e documentos já colhidos até então. A CPI não abre mão de ouvir Carlos Juliano Budel, Aires Silva, Girnei de Azevedo e Luiz Carlos Alves. Estão na lista também para serem ouvidos o ex-secretário municipal de Tecnologia da Informação, Melquizedeque de Souza e Túlio Bandeira, ex-diretor jurídico da Fundação Municipal de Saúde.
“O relatório parcial não vai mudar muito do que já estamos analisando, vamos só acrescentar algo dos depoentes e manter os convocados a depor nos próximos dias”, destacou o Vereador Edílio Dall´Agnol (PSC), relator da CPI.
Segundo o Presidente da CPI, Vereador Dilto Vitorassi (PV), “a Comissão vai trabalhar com dois focos: Produzir um relatório parcial e em paralelo continuar ouvindo as pessoas que já foram chamadas. Porém temos que ressaltar que já temos elementos suficientes para pedir a abertura de uma Comissão Processante contra o Prefeito Reni, mas quem decidirá esta questão será o plenário desta Casa de Leis”.
Das oitivas que estavam agendadas para a manhã desta quinta-feira (23), Aires Silva, compareceu, embora não tenha respondido aos questionamentos, conforme garantia constitucional, uma vez que seu advogado só poderá estar presente em outra data. O Depoimento de Aires ficou transferido para segunda-feira (27), às 10h