A Organização Mundial do Turismo (OMT) e o Instituto Polo Internacional Iguassu assinaram, nesta quinta-feira (16), uma carta de intenções para aproximar as instituições e permitir que a região fronteiriça de Foz do Iguaçu integre, em breve, uma seleta rede internacional de observatórios de turismo sustentável. A iniciativa tem o apoio da Itaipu Binacional.
A solenidade ocorreu durante o 11º Festival Internacional do Turismo Cataratas, no Rafain Palace Hotel, em Foz do Iguaçu. O documento foi assinado oficialmente por Márcio Favilla Lucca de Paula, diretor executivo de Programas Operacionais e Relações Institucionais da Organização Mundial do Turismo (OMT), e por Licério Santos, presidente do Instituto Polo Iguassu, mas recebeu a chancela de outras instituições, incluindo a Embratur, representada pelo presidente José Parente.
O superintendente de Comunicação Social de Itaipu e vice-presidente do Fundo Iguaçu, Gilmar Piolla, também foi um dos signatários da carta. O texto teve respaldo, ainda, de representantes de outras instituições do Brasil – como Sebrae, Fundação Parque Tecnológica Itaipu – Paraguai e Argentina.
Amparo técnico
Pelo compromisso selado nesta quinta-feira, a OMT dará assistência técnica ao Observatório de Turismo Sustentável do Iguassu – gerido pelo Polo Iguassu – para que seja consolidado e atenda aos parâmetros da Rede Internacional de Observatórios de Turismo Sustentável da OMT (Insto, na sigla em inglês).
Hoje, a Insto é composta apenas por 11 observatórios em todo o planeta. A maioria fica na China (8). Os outros três ficam na Grécia (1), México (1) e Brasil (1), sendo este em São Paulo. O da região de Foz de Iguaçu, em fase de consolidação, será o único trinacional. “O número é reduzido porque queremos que comecem com boas bases e solidez”, afirmou o diretor da OMT.
Segundo Marcio Favilla, o apoio ao Destino Iguaçu ocorreu em virtude dos bons resultados do turismo da região. Em janeiro, o turismo da Itaipu recebeu da própria OMT o Prêmio de Excelência e Inovação do Turismo, na categoria Pesquisa, Tecnologia e Inovação. A negociação com o Polo Iguassu começou há dois anos.
Monitoramento estratégico
Para Gilmar Piolla, o observatório – integrado à rede da OMT – terá um papel estratégico e trará uma série de benefícios ao turismo do Destino Iguaçu.
“Ele permitirá criarmos uma base de dados sólidos e confiáveis sobre o destino e que façamos o monitoramento da qualidade dos nossos atrativos, produtos, hotelaria, gastronomia e serviços para desenvolvermos uma expertise na parte dos indicadores do turismo”. Com base nesse conjunto de informações, o planejamento das ações futuras será facilitado, completou.
Outro aspecto positivo destacado por Piolla é o intercâmbio com outras instituições. “A integração possibilitará a troca de informações com outros observatórios mundo afora”.
A ideia é que o Observatório de Turismo Sustentável do Iguassu desenvolva indicadores mensuráveis de resultados, a partir de três eixos – econômico, sociocultural e ambiental. Entre os aspectos para observação estão a satisfação do morador local com o turismo, os benefícios econômicos da atividade e o impacto da geração de resíduos, entre outros.
Toda a metodologia está amparada em um guia de desenvolvimento sustentável para destinos turísticos. O material foi consolidado pela OMT a partir de experiências em 20 países, com quase 400 indicadores. “Cada região deve adequar esses indicadores à sua realidade”, explicou Márcio Favilla.
Uma das recomendações já feitas pela OMT, já nesta quinta-feira, é para que o Observatório de Turismo Sustentável do Iguassu visite a experiência mexicana, instalada na cidade de Guanajuato, em operação desde 2008.
Referência para o Brasil
Na análise do presidente da Embratur, José Parente, a região só tem a ganhar com a sistematização e monitoramento destes dados. “Você poderá mensurar, por exemplo, se os turistas vêm às Cataratas ou estão interessados em compras e como pode ser viabilizado cada um destes perfis”, afirmou.
Para ele, a assinatura desta carta de intenções revela a importância que o Destino Iguaçu tem para o Brasil. “O case Iguaçu, com a participação decisiva da Itaipu Binacional, é um case para o Brasil inteiro. Aqui houve e há uma sinergia do poder público, empresariado, trade turístico e sociedade que percebem a importância do turismo para a economia da região”, afirmou. “Não é à toa que Foz está em terceiro lugar no recebimento de estrangeiros no País, atrás só do Rio de Janeiro e de São Paulo”, concluiu Parente.