O Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural – Emater – reconheceu através do secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, e do diretor presidente da Emater, Rubens Ernesto Niederheitmann, a Rádio Cultura de Foz do Iguaçu como parceira na contribuição ao desenvolvimento rural sustentável do Paraná. O Instituto comemora em 2016, os 60 anos de criação e 40 anos do programa de rádio “O Homem e a Terra”.
A Rádio Cultura de Foz do Iguaçu transmite o programa “O Homem e a Terra”, de segunda à sexta-feira, às 6h30, com informações à população sobre o trabalho no campo. O programa no ar desde 1979, é produzido pela equipe de comunicação da Emater-PR.
O meio rural paranaense na década de 1950 e o início da Extensão
A partir de meados da década de 50, no século passado, o meio rural paranaense, até então pouco conhecido, começou a ser desvendado. Os agricultores e suas famílias tiveram os primeiros contactos com extensionistas rurais. Os técnicos faziam muitas perguntas, percorriam as lavouras, olhavam as criações, analisavam as condições de vida das famílias e, principalmente, tomavam nota de tudo, também levavam informações e novidades sobre as formas de produção agrícola, saneamento, alimentação e outros temas de interesse das famílias.
Os contactos de extensionistas e agricultores passaram a ser freqüentes na forma de reuniões, visitas, dias de campo e outros métodos.
As anotações resultaram nos documentos denominados “Realidade Municipal” com foco no rural, com informações fundamentais para o conhecimento da situação das atividades agrícolas e das condições de vida das famílias rurais além de indicarem caminhos para melhoria da qualidade de vida e de estratégias de “modernização” do setor rural. Esses documentos foram exaustivamente utilizados na formulação de planos e projetos, tanto pelos extensionistas quanto por prefeituras e outras organizações privadas.
Ações como: correção da acidez dos solos, formas de manejo das lavouras e criações, uso de sementes melhoradas e outras técnicas, bem como a introdução de práticas de saneamento básico foram amplamente trabalhados junto aos agricultores, às famílias e às comunidades.
O desenvolvimento de lideranças e a organização comunitária eram também fundamentais na implementação das ações técnicas. A partir delas foram estabelecidos mecanismos de aprimoramento das relações nas comunidades e dessas com o setor urbano e, em especial, com o poder público.
Um modelo é implantado
No início, em 1956, com 11 escritórios, os extensionistas eram funcionários do ETA -Escritório Técnico de Agricultura, cujos propósitos e métodos eram espelhados no sistema de extensão, implantado nos Estados Unidos da América.
Posteriormente com vistas a aprimorar os programas de crédito rural, às atividades dos extensionistas foram incorporadas responsabilidades de orientação técnica aos tomadores de financiamentos. A partir daí, em 1959, as funções do ETA foram assumidas por uma organização de utilidade pública denominada ACARPA – Associação de Crédito e Assistência Rural do Paraná.
Durante esse período, ainda nos anos setenta, em 1977 é criada a EMATER – Paraná, empresa pública de direito privado, com a finalidade de absorver as atividades da ACARPA, que iniciou seu processo de extinção.
Na medida em que contribuía para os avanços da agricultura do Paraná, a EMATER procurou também manter-se na vanguarda da difusão de tecnologia para o meio rural e, ao mesmo tempo, ficar atenta às consequências das mudanças junto às comunidades mais pobres, aos efeitos no meio ambiente e aos impactos das mudanças nos pequenos municípios, principalmente naqueles enquadrados como “municípios rurais”.