Nesta segunda-feira, 02, o assessor do Governo do Estado para assuntos latifundiários, Amilton Serigueli, falou sobre a ocupação do Movimento Sem Terra na Fazenda Santa Maria em São Miguel do Iguaçu.
Já se passou um mês após a última reunião entre o MST, Incra, Governo e proprietários da fazenda, e a situação continua a mesma. A fazenda foi invadida por integrantes do MST alegando que a propriedade pertence a um envolvido na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. A Justiça já decretou a desocupação da área, mas os sem-terra permanecem no local.
Para Serigueli, é preciso ter tranquilidade e maturidade para resolver a situação de forma pacífica. Ele ressalta que o governo conversa com as lideranças do Movimento e também com os proprietários da Fazenda para tentar uma negociação.
Segundo ele, o promotor já se posicionou contrário à proposta de se criar um assentamento, pois ele acredita que os animais domésticos teriam dificuldades em conviver com a área do corredor da biodiversidade. No entanto, o Movimento não concorda com o argumento do promoter. “Nesta semana ficaremos na região para conversar com todos os envolvidos e resolver de maneira pacifica o caso ainda este mês de maio”.
Quem está mediando as negociações é o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária do Paraná, INCRA. O Superintendente, Nilton Bezerra Guedes, descreve essa situação como sendo diferenciada de outras ocupações do MST. “Existe uma denúncia de irregularidade envolvendo o título da área e isso, de certa forma, motivou a ocupação. Estamos fazendo o estudo legitimidade do título obtido pelo proprietário, mas ainda não foi concluído”. Explicou.
Nilton adianta que o proprietário da fazenda Santa Maria já adiantou que não tem o interesse de vender a terra e pede a desocupação imediata da área.
Reforma Agrária
Sobre a questão agrária, Nilton disse que está pacifica. Segundo ele, num contexto de 500 mil propriedades, apenas 80 estão ocupadas pelo MST. Para o INCRA, o dado é baixo e positivo. Nilton conta que nos últimos anos, a quantidade de área ocupada é mínima. A maior ocupação de terras no Paraná acontece no município de Quedas do Iguaçu no qual três mil famílias continuam acampadas em uma terra. No total, 12 mil famílias ocupam terras particulares no estado do Paraná.