O secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, vai a Brasília nesta quarta-feira (30) para uma reunião com o presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa. O objetivo é buscar mais informações sobre a vacina contra a dengue, já que o produto foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária no dia 28 de dezembro do ano passado.
Na pauta também está o preço da vacina no Brasil, que será definido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, vinculada à Anvisa.
O Governo do Estado pretende adquirir as doses com recursos próprios, visto que a União ainda não sinalizou se irá incluir a vacina da dengue no calendário básico de vacinação.
“Trata-se de uma iniciativa pioneira do Paraná, pois entendemos que é preciso buscar novas armas no enfrentamento da dengue. A vacina já tem eficácia comprovada e será uma grande aliada na prevenção de casos graves e mortes pela doença”, explicou Caputo Neto.
O secretário explica que a partir do valor estabelecido pela Anvisa o Estado poderá negociar com a indústria farmacêutica produtora e organizar a campanha de vacinação. A intenção é promover, ainda neste ano, uma campanha estadual de vacinação contra a doença, priorizando grupos de risco e regiões prioritárias.
Desde agosto do ano passado, 31 mortes por dengue já foram confirmadas no Estado. Cerca de 70% das vítimas tinha comorbidades, ou seja, doenças crônicas pré-existentes que podem ter contribuído para a evolução do quadro clínico. “A vacina servirá para proteger também este público mais vulnerável. Isso terá impacto direto na redução do número de mortes”, ressaltou o secretário.
PREVENÇÃO – O Governo do Estado também está reforçando as demais ações de prevenção contra a dengue. O foco é o combate ao mosquito Aedes aegypti, que também transmite o zika vírus e a febre chikungunya. A circulação simultânea das três doenças atualmente é uma das principais preocupações das autoridades de saúde.
De acordo com a superintendente de Vigilância em Saúde, Cleide de Oliveira, é preciso intensificar o trabalho de eliminação dos criadouros do mosquito. “Mesmo com o fim do verão, os mutirões de limpeza e as ações de conscientização devem continuar em todos os municípios. O poder público e a população têm que se unir e fazer sua parte no combate ao inseto”, disse.
Ao todo, 299 municípios paranaenses são considerados infestados pelo Aedes aegypti. Destes, pelo menos 219 já apresentaram casos autóctones de dengue, quando a infecção ocorre dentro do próprio município. O dado revela que a doença já circula em mais da metade (55%) das cidades do Paraná.
AEN