O Diretor de Competições de Quadra da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), Radamés Lattari fez um balanço positivo da Superliga B, encerrada no último fim de semana com os títulos do M V Selmer/Caramuru/Castro (PR), no masculino, e do Nestlé Araraquara Voleibol (SP), no feminino. Segundo ele, foi importante a volta de equipes de tradição no vôlei nacional e o regulamento da competição serviu para fortalecer a base dos clubes participantes.
“As duas competições me agradaram muito. Houve um equilíbrio grande entre os times, uma presença de público muito boa e um retorno de mídia excelente. Isto tudo faz com que a cada ano que passa a competição vá se consolidando. Queremos sempre ter este compromisso de manter as equipes em atividade. A nossa ideia, nas próximas edições, é tentar dar um formato definitivo para a competição, tendo oito equipes na masculina e oito na feminina. Se for necessário, até fazer uma Superliga C, dependendo do interesse de inscrições. Os dois campeões estão de parabéns”, analisou Radamés.
Na Superliga Masculina B, disputada pela quinta vez, não faltaram motivos para a satisfação da CBV. Houve um recorde de participantes (13), clubes de grandes torcidas, como Botafogo (RJ) e Flamengo (RJ), disputaram, aconteceu a volta de times de tradição, como Super Vôlei Santo André (SP) e São Bernardo (SP), e teve a valorização da base das equipes através do regulamento, que determinava a inscrição na competição de três jogadores sub-23 e três sub-21 por cada uma delas.
Na final masculina, o Sesi-SP, formado por jogadores entre 17 e 21 anos, teve pela frente o M V Selmer/Caramuru/Castro, que fez grande campanha na Superliga B, com seis vitórias e apenas uma derrota. Para Radamés, foi gratificante ver um clube do Paraná sendo campeão:
“O fato de termos duas equipes do Paraná jogando (a outra foi a ASPMA/Berneck), sendo uma delas campeã, foi muito importante. Isso fará com que se desenvolva cada vez mais a base do voleibol paranaense, que nos últimos anos tem revelado inúmeros jogadores, tanto no masculino, quanto no feminino.”
Já na Superliga Feminina B, disputada pela terceira vez, foram dez equipes inscritas, mas apenas seis acabaram participando. Durante a competição, Araraquara, que liderava, esteve ameaçada de não poder continuar, pela saída de patrocinadores, e acabou contando com o apoio pontual da Nestlé.
“A vitória de Araraquara, principalmente pelas dificuldades que teve ao longo do campeonato, foi um mérito da equipe. Tivemos o Fluminense, que perdeu o título, mas tem interesse na disputa da Superliga e na manutenção da equipe. Tivemos grandes trabalhos em Cascavel (Cascavel/Unimed/Sensei), São José dos Pinhais (PR), Itabirito (Vôlei Itabirito) e Chapecó (ACV/Unochapecó/Orbenck), que valorizaram demais a competição, sempre com ótimos públicos nos ginásios” disse Radamés.
Com as conquistas, M V Selmer/Caramuru/Castro e Nestlé Araraquara garantiram o direito a uma vaga na próxima Superliga, que acontecerá após os Jogos Olímpicos Rio 2016. No entanto, ambos ainda precisarão confirmar que vão participar.
“Araraquara é uma cidade que por muitos anos participou da Superliga e tem um elenco que pode perfeitamente jogar a Superliga. A gente espera que os empresários e as prefeituras locais abracem a equipe para que ela possa ter condições financeiras de disputar a Superliga. O mesmo caso acontece no Paraná. Sabemos que o clube de Castro está dando um passo de cada vez. Temos certeza de que eles só vão participar da competição se julgarem que estão em condições econômicas de darem este salto maior” atesta Radamés.
Técnico da Seleção feminina, José Roberto Guimarães também destacou a importância da Superliga B.
“É uma competição importante para o calendário nacional, além de ser uma vitrine para o surgimento de novas atletas e equipes. O Araraquara tem um projeto consolidado no voleibol e está de parabéns pelo título de forma invicta”, afirmou Zé Roberto.
Já os treinadores dos times campeões ainda comemoram a conquista:
“É muita felicidade para o esporte de Castro. Estamos há anos trabalhando para buscar reconhecimento. É o momento de comemorar, mas também de lucidez para saber a diferença entre a Superliga e a Superliga B. Vamos começar este planejamento de imediato para não trocarmos os pés pelas mãos”, disse Fabio Sampaio, técnico do M V Selmer/Caramuru/Castro.
“E pensar que nós íamos parar. Liderávamos a Superliga B e íamos parar porque perdemos os patrocinadores. Aí, graças à Nestlé, o sonho continuou. Este título tinha que ser nosso mesmo, em função de tanto apoio”, destacou Sandra Mara, técnica do Nestlé Araraquara.