O número de homicídios caiu 7,18% em 2015 na faixa de fronteira do Paraná, que engloba 139 municípios. Os dados foram apresentados nesta sexta-feira (26) pela Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico (Cape) da Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária, durante a primeira reunião do ano do Gabinete de Gestão Integrada (GGI) em Foz do Iguaçu, oeste do Estado. A reunião foi aberta pelo secretário da Segurança Pública e Administração Penitenciária, Wagner Mesquita.
Também participaram da reunião do GGI o prefeito Reni Pereira, a deputada estadual Cláudia Pereira, o subcomandante-geral da PM, coronel Arildo Luis Dias, o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Juceli Simiano Júnior, o delegado-chefe da Divisão Policial do Interior (DPI), Valmir Soccio; o delegado da 6ª Subdivisão Policial de Foz do Iguaçu, Alexandre Macorin; o diretor-geral da Itaipu Binacional, Jorge Samek; o general de Brigada Paulo Roberto de Oliveira; o chefe da Casa Militar, coronel Adilson Castilho, entre outras autoridades.
Nestes 139 municípios que fazem parte desta faixa de fronteira do Paraná, o número de homicídios dolosos (aqueles com intenção de matar) ficou em 478 ao longo de 2015. Já em 2014, foram 515 mortes – uma redução de 7,18%. O resultado de 2015 representa o menor número de homicídios registrados nestes 139 municípios nos últimos sete anos.
“Precisamos reforçar cada vez mais o trabalho de policiamento ostensivo, operacional e de inteligência na nossa fronteira. É sabido que é a porta de entrada de drogas e armas que são depois distribuídos nos grandes centros urbanos do País”, disse Mesquita. “Em 2015, reforçamos o trabalho da polícia com um escritório de inteligência de Foz vinculado ao Departamento de Inteligência do Paraná (Diep)”, completou.
O secretário salientou a necessidade das forças de segurança que integram a faixa de fronteira de reforçarem o trabalho para coibir casos de furtos e roubos. Segundo dados da Cape, o número de roubos subiu 7,6% em 2015, quando comparado com 2014, e o de furtos teve acréscimo de 12% no mesmo período. Entretanto, o trabalho das polícias na região de fronteira ao longo de 2015 resultou num aumento do índice de veículos recuperados. Se em 2014 os policiais conseguiram recuperar 2.982 veículos, no ano passado este número subiu para 3.921 – aumento de 32%.
O combate às drogas também foi destaque em 2015 na faixa de fronteira. Foram apreendidas mais de sete toneladas de drogas no ano passado – se comparado com 2014. “Este é um resultado muito importante porque o tráfico de drogas resulta numa série de outros crimes, principalmente furto, roubo e homicídio. O desafio em 2016 é retirar ainda mais drogas não só na região de fronteira, mas como em todo o Paraná”, afirmou o secretário. “Na próxima reunião do GGI vamos fazer um seminário para apresentar metodologias para combater os crimes patrimoniais que, entre as causas, estão a crise econômica do país e o aumento do índice de desemprego”, adiantou ele.
DEBATES
Para o delegado-geral da Polícia Civil, Julio Cezar dos Reis, a reunião do GGI é um espaço necessário para decidir em conjunto ações para reduzir ainda mais os índices de criminalidade. “Um importante fórum de debate e integração, no qual juntos podemos constatar eventuais alterações nos crimes da fronteira e decidirmos por ações conjuntas para enfrentar a criminalidade”, disse Reis, complementando que, pela análise apresentada na reunião, houve uma importante redução nos crimes contra a vida em diversas cidades da área de fronteira.
PROTOCOLO DE INTENÇÕES – Ainda na reunião do GGI, o secretário da Segurança Pública e o prefeito de Foz do Iguaçu, Reni Pereira, assinaram o protocolo de intenções que prevê a doação da segunda parte de um terreno, que totaliza quase 4 mil metros quadrados da prefeitura para o Estado do Paraná. Esta área será destinada para a Secretaria construir um Centro de Inteligência Integrado em Foz do Iguaçu.
“O objetivo é reunir forças de segurança dos municípios, do Estado e da União em prol do combate eficiente ao crime organizado. As agências de inteligência, principalmente de São Paulo e do Rio de Janeiro, serão convidadas – inclusive de outros países. Este Centro vai funcionar 24 horas produzindo informações para o trabalho das polícias. Será uma gestão compartilhada com o governo federal”, disse o secretário, citando que já houve reuniões com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) para elaboração de um projeto para a obra.
O projeto do Centro Integrado de Inteligência já foi apresentado ao ministro da Justiça, Eduardo Cardozo. Com a assinatura do protocolo de intenções, a cessão do terreno terá de ser aprovada pela Câmara de Vereadores de Foz, para em seguida iniciar o projeto da obra. A construção deve ser feita por meio de uma PPP (Parceira Público-Privada). O prefeito Reni Pereira afirmou que vai encaminhar a proposta de cessão do terreno agora no início do mês de março para os vereadores e vai pedir urgência na tramitação. “A partir do momento em que o imóvel estiver sob o poder da Sesp, ela poderá apresentar o projeto de implantação do Centro de Inteligência Integrado”, disse o prefeito.