Protocolo de intenções para a cessão do terreno de 3.500 m², que vai abrigar o centro, foi assinado nesta sexta-feira (26), na Itaipu.
Maior cidade de fronteira do Brasil e sede da usina de Itaipu, considerada área de segurança nacional, Foz do Iguaçu foi escolhida para abrigar um centro de operações e de inteligência na fronteira que integrará as forças de segurança do município, estados, federação e até de países vizinhos. Caso seja consolidado, será o único neste modelo no País.
Nesta sexta-feira (26), o secretário estadual de Segurança Pública e Administração Penitenciária, Wagner Mesquita, e o prefeito Reni Pereira assinaram um protocolo de intenções para cessão de um terreno do município ao governo do Estado.
A assinatura ocorreu durante reunião do Gabinete de Gestão Integrada de Fronteira (GGIFronPR) e do Gabinete de Gestão Municipal de Foz do Iguaçu (GGIM), na Itaipu, anfitriã do encontro. O diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, e o chefe da Assessoria de Informações da binacional, Carlos Roberto Sucha, participaram do evento.
Segundo Samek, a integração das forças de segurança é fundamental para o desenvolvimento do território. “Segurança e desenvolvimento estão de mãos dadas e a articulação das forças é fundamental para o sucesso das ações.”
A área, de propriedade do município, deve ser repassada em comodato ao governo do Estado. A cessão dependerá da análise da Câmara dos Vereadores. Se aprovada, a construção ocorrerá por meio de parceria público-privada. Não há prazo para início das obras. As negociações para instalação do órgão ocorrem desde 2015.
“O Brasil não tem nenhum centro integrado para que as agências policiais possam trabalhar de maneira integrada e coordenada, a exemplo dos países de primeiro mundo. Com o governo federal, vamos instituir aqui no Paraná este centro e teremos resultados imediatos tanto na área de inteligência como de operações”, disse Wagner Mesquita.
O projeto do centro prevê auditório, heliponto, alojamento, estacionamento e salas para setores de inteligência interagências, de situação para análise conjunta e consultas e auxílio para investigações, para condução de investigações policiais com medidas de quebra de sigilo (salas de análise), laboratório de análise de crimes de lavagem de dinheiro, núcleo de operações e núcleo de informática e tecnologia.
A faixa de fronteira comporta 139 municípios, com população de 2,3 milhões, apenas no lado brasileiro.
Crimes ao patrimônio crescem, homicídios caem
Durante o encontro, também foram apresentadas ações de segurança na região e os resultados das estatísticas do setor relativas a 2015. O número de homicídios caiu 7,18% na faixa de fronteira do Paraná, em relação a 2014.
As ocorrências de tráfico de drogas reduziram 3,07% no ano passado, mas a quantidade de apreensões aumentou. Em 2015, foram apreendidos 7.000 quilos a mais de maconha que no ano anterior. Segundo o secretário, o gargalo são os crimes ao patrimônio, que registraram aumento. Os roubos de veículos subiram 14,35% na faixa de fronteira.