Uma das aves da fauna brasileira, extremamente ameaçada de extinção, a arara-azul-de-lear
(Anodorhynchus leari), voltaao Brasil, vinda da Fundação Loro Parque, em Tenerife, na Espanha. A
repatriação será acompanhada pelo Parque das Aves, através da diretora técnica Dra. Yara Barros. Após serem recebidas passarão pelo período de quarentena. A partir, daí nove indivíduos embarcarão
com destino a Foz do Iguaçu (Paraná), onde serão cuidados na sede do Parque das Aves.
O Parque das Aves recebeu a convite a integrar o programa de reprodução no final de 2015, já tendo
sucesso reprodutivo com 17 espécies de psitacídeos, cinco delas ameaçadas. A instituição já integra vários programas de reprodução de espécies ameaçadas e Planos de Ação Nacional do ICMBio para conservação de espécies.
Integrou, entre outros, no ano passado o Programa de Reprodução do Mutum-de-Alagoas, e já reproduziu com sucesso a espécie, criando mais de 15 filhotes em menos de um ano. Nesse mesmo ano, também foi convidado a participar do Programa de Reprodução do Cardeal-Amarelo, espécie ameaçada que depende da reprodução em cativeiro para não desaparecer.
O Parque das Aves tem como missão cada vez mais se envolver e participar de programas oficiais de
reprodução de espécies ameaçadas e assim dar sua colaboração para a conservação das espécies.
– Aarara-azul-de-lear é uma espécie altamente ameaçada, com só 1.300 animais remanescentes
na natureza.
– Atualmente, no mundo, existem 125 animais que integram o programa de reprodução.
– Em 2006, o Loro Parque em Tenerife (Ilhas Canárias/Espanha) recebeu seis individuos dessa
espécie. Em 10 anos já nasceram 36 filhotes, um sucesso reprodutivo sem precedentes. !
Nesta quinta-feira (25), nove dessas aves serão repatriados, a maior repatriação na história da
conservação da especie a nivel mundial.
– As aves passarão por um período de quarentena obrigatório nas instalações do MMA
( Ministério do Meio Ambiente) em Cananéia, e virão inicialmente para o Parque das Aves.“ É
mais um desafio que aceitamos com muito entusiasmo e confiança”, destaca a diretora técnica
Dra. Yara Barros.
Sobre a arara-azul-de-lear
A arara-azul-de-lear é uma espécie endêmica da caatinga, e só ocorre no nordeste da Bahia.
Com aproximadamente 1.300 animais em vida livre, a espécie já foi considerada criticamente
ameaçada.
Esta espécie se alimenta principalmente de coquinhos da palmeira licuri (Syagrus coronata),
cuja disponibilidade vem sendo reduzida pela atividade humana. As aves acabam atacando as
plantações de milho de subsistência e muitas vezes são abatidas por moradores locais. !
Entre as principais ameaças estão a destruição de hábitat e a captura para comércio ilegal. !!
O Plano de Ação Nacional para a recuperação da espécie. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, coordena o Plano de Ação Nacional para a Recuperação da Arara-Azul-de-Lear, através do CEMAVE – Centro.
Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves.
O CEMAVE coordena o Programa de Reprodução, que tem como objetivos gerar uma
população de segurança, manejada de forma genética e demograficamente sustentável e que
possa ser utilizada caso sejam necessárias reintroduções ou suplementações, além de
desenvolver e testar protocolos de manejo e metodologias de reabilitação e soltura. !
Existe em todo o mundo dez zoos envolvidos no programa, sendo cinco no Brasil. Apenas um
zoo no Brasil já conseguiu reproduzir a espécie, o Zoo de São Paulo.
A repatriação das Araras-azuis-de-lear
A instituição que mais tem sucesso em reproduzir a arara-azul-de-lear no mundo é a
Fundação Loro Parque, que fica em Tenerife. Em 2006 eles receberam do Brasil dois casais desta espécie, e em 10 anos já nasceram 36 filhotes, um sucesso reprodutivo sem precedentes.
Atualmente existem 125 animais que integram o programa de reprodução. Nesta quinta-feira a Fundação Loro Parque enviará para o Brasil nove araras-azuis-de-lear, de
acordo com indicação do ICMBio. Todas as aves nasceram em Tenerife. Elas passarão por
um período de quarentena obrigatório nas instalações do MMA em Cananéia, e virão
inicialmente para o Parque das Aves. É mais um desafio que aceitamos com muito entusiasmo
e confiança.
Esta será a maior repatriação de araras-azuis-de-lear já feita.
Agradecemos ao ICMBio pela confiança no nosso trabalho e à Fundação Loro Parque pela
sua eficiência e seu comprometimento com a conservação desta espécie. “E que venham muitos filhotes!”, comemor!a Dra Yara Barros.