Os membros do Centro de Direitos Humanos e Memória Popular de Foz do Iguaçu elegeram a nova diretoria para conduzir os trabalhos da entidade. A eleição da chapa ocorreu por unanimidade em Assembleia Geral Ordinária, realizada no fim de novembro e que contou com a participação de ativistas de diferentes áreas do campo social.
Integram a diretoria: a servidora estadual e ativista social Cristina Blanco (presidenta), o ativista social Amilton Farias (vice-presidente), o historiador Samuel Cassiano (diretor de Comunicação), a estudante Olívia Krupskaya (tesoureira) e o estudante Jhonatan Vieira (secretário-geral). O conselho fiscal é formado pela advogada Elizangela Lazzaretti, pelo médico psiquiatra José Elias Aiex Neto e pelo pesquisador Adnan El Sayed.
As instâncias organizativas da entidade funcionam de forma articulada e colaborativa. Por isso, a diretoria atua em conjunto com os membros do colegiado do CDHMP, formado pelos ativistas que participam regularmente das reuniões mensais ordinárias e ações coletivas. Dessa forma o CDHMP busca uma forma horizontal de organização, com direitos e deveres iguais entre todos os seus membros.
Já neste mês de dezembro os ativistas começaram a elaborar o calendário visando maior diálogo com a população iguaçuense. A proposta é realizar cursos de formação, ações de rua, exibições de filmes, saraus, rodas de conversas, intervenções, entre outras atividades. Também estão previstas parcerias com universidades e outros órgãos para a oferta de atendimento jurídico em casos de violações e desrespeito aos direitos humanos.
Para Cristina Blanco, em 2016 o CDHMP continuará buscando pela efetiva aplicação da universalidade da dignidade humana, principal guia dos direitos humanos. “Nosso ethos se manifestará, sobretudo ao observar e tomar partido das vítimas que tem seus direitos violados. Essa universalidade dos direitos humanos, não apenas brasileiros, não se limita a nenhum gênero, etnia, classe ou condição social e são decorrentes de construções histórico-filosóficas. O CDHMP buscará auxiliar no diálogo e estabelecimento desses processos de garantia dos direitos humanos e a uma cidadania universal do qual o Brasil é signatário de tão importante tratado internacional”, afirma.
Histórico – Fundado em 20 de maio de 1990, o Centro de Direitos Humanos tem 25 anos de atuação em defesa dos direitos humanos em Foz do Iguaçu. Após um período inativo, a entidade foi reorganizada e modernizou seu estatuto em julho de 2010 a partir uma iniciativa de vários militantes, entre eles o jornalista Aluízio Palmar, que continua atuando na organização.
Com a modernização do estatuto a entidade estendeu seus princípios à cultura (produção e circulação), restituição da memória popular e preservação do patrimônio público, reconhecendo-os como fonte de restituição histórica, conhecimento humano, compreensão da estrutura vigente, conscientização política e instrumento de construção da identidade local – latino-americana.
Na prática, a entidade funciona como uma espécie de guarda-chuva de ativistas de diferentes segmentos das lutas sociais que buscam construir uma sociedade mais justa, democrática e igualitária. Em sua sede própria, na Vila A, são realizados cursos e rodas de conversas. O espaço também abriga uma biblioteca com centenas de títulos sobre comunicação, direitos humanos, história, economia, etc.
No esforço de ampliar e consolidar os direitos e garantias individuais e sociais, o CDHMP está presente em diversos conselhos de políticas públicas, além de reivindicar a atuação de novos colegiados. Os ativistas da entidade estão presentes nos conselhos das áreas da cultura, saúde, direitos humanos e LGBT, juventude, antidrogas, entre outros.
Presidente do CDHMP no biênio 2014 e 2015, o jornalista Alexandre Palmar destaca que nos últimos dois anos a entidade priorizou ações permanentes. Com esse foco, o trabalho conjunto dos ativistas resultou no reconhecimento, por exemplo, da entidade como utilidade pública, que abriu portas para conquista, via disputa de edital, de ponto de cultura, hoje desenvolvido no Porto Meira pela economista Daniela Schlogl, pela cientista social Tathiana Guimarães e pelo estudante Maurício Ferreira.
Ponto – Em 2016, o Centro de Direitos Humanos e Memória Popular de Foz do Iguaçu também dará continuidade ao ponto de cultura no Porto Meira, onde são desenvolvidas oficinas de vídeo, jornal, comunicação pacificadora e cineclube. O “Cultura da Paz – Comunicação, Saberes e Arte para a Paz” é mantido através de parceria entre o Ministério da Cultura (MinC) e a Prefeitura de Foz, mediante a gestão entre a Fundação Cultural e a Secretaria Municipal de Educação.
O ponto de cultura é o elo entre o CDHMP e as atividades de organização social e comunitária na ocupação Buba, promovidas pela Escola Popular de Planejamento da Cidade, iniciativa de extensão universitária mantida através da Unila, em parceria com entidades sociais. O objetivo desta ação é oferecer apoio à população do Buba, debater e difundir o direito à moradia como garantia básica para o exercício da cidadania.
Assessoria