A Secretaria Municipal da Saúde (SMSA) inicia nesta segunda-feira, 30, um grande mutirão de combate à dengue. O trabalho, coordenado pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), será desenvolvido simultaneamente em todos os bairros de Foz do Iguaçu. A meta é visitar os 106 mil imóveis da cidade durante o mês de Dezembro. Além dos Agentes de Combate à Endemias (ACEs), as ações de orientação e limpeza também contarão com quase 300 Agentes Comunitários de Saúde (ACSs), profissionais ligados à Atenção Básica que têm vínculos com os moradores, e considerados o elo mais importante entre a comunidade e as unidades de saúde.
As equipes serão divididas entre os cinco Distritos Sanitários do município, que concentram 3.613 quarteirões. O maior é o Distrito Leste (região dos bairros Campus do Iguaçu, Jardim São Paulo, Morumbi e Portal da Foz) com 1.031 quarteirões. Quanto mais populosa a área, maior será o número de trabalhadores destacados para a tarefa. A meta é que cada agente visite os imóveis de até dois quarteirões por dia. A estimativa é de concluir o “arrastão” em três semanas.
Os Agentes de Endemias serão responsáveis pela fiscalização e limpeza dos terrenos baldios, cerca de 11 mil em todo o município. A SMSA já garantiu 10 mil sacos de lixo para o início do mutirão, e outros 20 mil estão sendo adquiridos. Já os Agentes Comunitários de Saúde vão visitar as residências e empresas, alertando os moradores sobre os riscos e sintomas da doença, e acompanhando a limpeza, remoção e destinação de possíveis criadouros e focos do mosquito Aedes aegypti. “O morador deverá recolher os resíduos, colocá-los em sacos de lixo próprios e dispensá-los de maneira correta, nos horários em que as equipes de limpeza urbana passam pela rua”, explicou o coordenador de Educação em Saúde do CCZ, Thiago Cavalcante.
A maior parte dos focos de dengue é encontrada em reservatórios que poderiam facilmente ser eliminados. Dados oficiais do CCZ mostram que 70% dos criadouros são encontrados em vasos, copos e frascos com água, pratos, garrafas, recipientes plásticos, fontes ornamentais, latas, sucatas em pátios e ferros velhos e entulhos de construção depositados nos quintais de residências habitadas ou pátios de comércios em atividade.
Além do trabalho prático, os agentes vão registrar os dados coletados e gerar um novo Levantamento de Índices para Aedes aegypti. No começo de Outubro, o Índice de Infestação Predial (IIP) era, em média, de 3,61%, ou seja, de cada 100 casas vistoriadas, entre três e quatro tinham larvas do mosquito. Sete meses antes, em Março, o IIP era de 8,23%. A redução do índice se deve a diminuição natural dos insetos no período e também às ações do CCZ. “As famílias precisam assumir a responsabilidade de eliminar os criadouros do mosquito em suas casas, caso contrário novos insetos vão surgir e colocar em risco a saúde de toda a população, mesmo com a utilização do fumacê”, advertiu o médico veterinário André de Souza Leandro, chefe do CCZ. O fumacê é um veículo que pulveriza inseticida em áreas urbanas.
Todas as secretarias e fundações municipais e todas as entidades integrantes do Comitê de Prevenção e Combate à Dengue estarão integradas e desenvolvendo ações complementares. O Secretário Municipal da Saúde, Gilber Ribeiro, determinou que todos os profissionais lotados nas 28 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) redobrem a atenção e assistência a possíveis casos da doença. O último boletim da Divisão de Vigilância Epidemiológica divulgado ontem (quinta-feira, 26) mostra que, do início do ano até agora, foram notificados 5.675 casos e 3.341 foram confirmados.
AMN