Na noite de quarta-feira, 14, através de requerimento apresentado pelo vereador Nilton Bobato, do PCdoB, aconteceu audiência pública para debater o parto humanizado na Câmara Municipal. Segundo explicou Bobato, o foco do debate foram políticas de assistência ao parto natural e cuidados com os recém-nascidos. “É uma reunião que retrata a mobilização de enfrentamento à violência obstétrica no Brasil”.
Em Foz do Iguaçu, após o fechamento da Santa Casa, em 2006, o hospital Ministro Costa Cavalcanti se tornou referencia em Parto. Atualmente, responsável por mais de 80% dos nascimentos realizados na cidade. O Presidente Superintende da Fundação de Saúde Itaiguapy, que administra o HMCC, Hamilton Jose Beal, acompanhou a reunião e ressaltou a importância de debater o parto humanizado. “Acho que para o tema se torna realidade em Foz ainda falta muito trabalho, mas acredito que o caminho correto é este, o do diálogo”, disse.
Beal ainda antecipou que o hospital pretende iniciar o atendimento à gestante que optar pelo parto natural. “Estamos trabalhando para melhorar cada vez mais. Já foram feitos estudos para anexar no setor de gestantes no hospital uma área especializada neste tipo de nascimento”, ressaltou.
No Brasil o tema ainda é obscuro, mas cresceu nos últimos anos. A falta de informação é um dos principais problemas que assolam o assunto. Mais de 50% dos partos realizados no país são cesáreas, enquanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que este índice não não ultrapasse os 15%.
A analista judiciária, Cláudia Fernanda Castilha, é mãe de dois filhos. A primeira, uma menina, foi de parto normal. “Foi uma experiência muito ruim, não me senti bem e tive muitas dores”, lembrou. Já o segundo filho, que nasceu um dia após gravar esta entrevista, foi de parto humanizado. “Inesquecível. Estava ao lado das pessoas que amo, confortável e pude respeitar o tempo do meu filho e do meu corpo. Um momento lindo”, contou.
Para a gestante que tem dúvidas e gostaria de saber mais sobre o parto natural pode procurar o Núcleo Filhas de Gaia no Facebook – link no fim desta matéria -. O núcleo tem como um de seus principais objetivos, esclarecer e informar sobre o assunto.
No fim da audiência, o vereador Nilton Bobato ressaltou que se reunirá com representantes e demais interessados para elaborar um projeto de Lei que possa tornar realidade o tema em Foz do Iguaçu.
Também participaram da reunião representantes do Comus, Presidente do Legislativo Fernando Duso, o vereador Gessani da Silva, Promotoria de saúde, Defensora Pública da área criminal e infância e juventude (Infracional), Psicóloga e Doula, Coordenadora do Nascer – atendimento continuado para famílias em formação, Defensoria Pública do Paraná, Comitê Regional de Prevenção de mortalidade materna e infantil, Representante da Divisão de Vigilância epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde, Defensor Público da União, Coordenadora do Banco de leite humano de Foz do Iguaçu.
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