O Governo do Paraná e o Exército deverão realizar, em parceria, uma série de ações nas áreas social, produtiva e de infraestrutura, como, por exemplo, apoio durante desastres e eventos extremos, campanhas e mutirões pelo emprego e o trabalho, formação de frentes de educação à distância.
As propostas de ações, elaboradas pelo Governo do Estado, foram apresentadas pelo governador Beto Richa ao chefe do Estado-Maior do Exército, general Sérgio Westphalen Etchegoyen, e ao comandante da 5ª Divisão, general Luiz Kraemer Carbonell, em reunião nesta segunda-feira (21), no Palácio Iguaçu, em Curitiba.
O documento foi elaborado por várias secretarias de Estado e enumera uma série de ações a serem executadas em cooperação e que foram previamente debatidas com o general Carbonell. “Uma iniciativa inédita por seu teor e por sua dimensão, que fortalece os vínculos entre o Poder Executivo e o Exército”, disse o governador Beto Richa.
No encontro, o governador reiterou, ainda, o apoio do Estado para que a segunda fase do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) seja implantada na fronteira do Paraná com o Paraguai e a Argentina. “O Estado garante todo o apoio para viabilizar esse importante projeto, fundamental para o combate da criminalidade no Brasil. O Paraná está localizado numa posição estratégica e precisa de um sistema de monitoramento avançado para evitar a entrada de armas e drogas por nossa fronteira”, destacou Richa.
PARCERIA – Simultaneamente ao encontro do governador com os comandantes do Exército, o secretário para Assuntos Estratégicos, Flávio Arns, detalhou as propostas de parcerias, em reunião com a vice-governadora Cida Borghetti, secretários e integrantes do Exército.
Arns explicou que o caderno de propostas foi elaborado para promover iniciativas conjuntas, sem necessariamente precisar de aportes financeiros.
Cida Borghetti destacou a importância da parceria com o Exército Brasileiro para atender melhor a população. “Podemos nos unir e ampliar as ações com troca de conhecimento, o que vai gerar um serviço público mais eficiente e próximo da população”, afirmou ela.
Flávio Arns disse que o Exército tem uma grande estrutura e que o entrosamento entre os setores é fundamental para o desenvolvimento do Paraná. “Estabelecemos diversas ações nas áreas social, produtiva e infraestrutura. Queremos integração com as forças armadas para realizar ações que melhorem as condições de vida dos paranaenses”, disse ele.
AÇÕES – Além de ações durante desastres naturais, de emprego e trabalho e de educação à distância, Flávio Arns citou outras propostas, como o apoio do Exército ao Estado na implantação de sistemas de telecomunicações, parceria na infraestrutura de transporte rodoviário e ferroviário, ações preventivas e de conscientização na saúde, inclusão do Exército na força-tarefa de revitalização do Rio Iguaçu e disponibilização do sistema biométrico da Celepar.
Entre as pastas participantes estão as de Segurança Pública, Trabalho, Educação, Saúde, Infraestrutura, Agricultura, Justiça, Ciência e Tecnologia e Assuntos Estratégicos, além da Coordenação da Defesa Civil, da Sanepar e da Celepar.
FRONTEIRA – O general Rui Yutaka Matsuda, responsável pelo Sisfron, disse que a parceria com o Governo do Paraná é muito importante para fortalecer os laços sociais do Exército Brasileiro com a população. “Temos o interesse de ser um importante parceiro do governo paranaense. Para isso, precisamos trabalhar integrados”, defendeu.
Ele falou sobre o Sisfron e explicou que a localidade que receberá a próxima etapa do programa ainda não foi definida. “O Paraná tem tudo para receber essa próxima etapa. Estamos analisando ainda questões técnicas”, disse.
Desenvolvido pelo Exército, o Sisfron utiliza radares, sistemas de comunicação e veículos aéreos não tripulados para o monitoramento das regiões de fronteira. O sistema é baseado em uma rede de sensores colocados sobre a linha de fronteira, interligada a sistemas de comando e controle, que, por sua vez, estão interligados às unidades operacionais com capacidade de dar resposta, em tempo real, aos problemas detectados.
Wagner Mesquita de Oliveira, secretário de Estado da Segurança e Administração Penitenciária, disse que a expectativa é que o Paraná receba a próxima etapa do programa. “Estamos fazendo de tudo para que o estado receba os investimentos do Sisfron. É muito importante termos o apoio do Exército para controlar a entrada de drogas, contrabando e armas no Estado”, afirmou.
No Paraná, 19 municípios fazem fronteira direta com o Paraguai e a Argentina, numa extensão de 1,4 mil quilômetros, e outros 120 municípios estão localizados na área de influência da fronteira.
Assessoria