A reunião do Conselho de Desenvolvimento Social e Econômico de Foz do Iguaçu (Codefoz), realizada na noite de quarta-feira (27) no Hotel Bela Itália, discutiu a renovação do contrato com as concessionárias de pedágio que administram as rodovias paranaenses, que vence em 2021. Autoridades de Foz do Iguaçu e de entidades estaduais se mostraram contrários a renovação que pode se estender até 2042.
O membro do Conselho de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), João Artur Mora, defende que os contratos sejam cumpridos até novembro 2021 e em seguida seja aberta uma ampla concorrência nacional, nos novos modelos de concessão de estradas.
“São seis contratos que foram muito modificados desde que foi assinado em 1997 e iniciada a cobrança em 1998. A primeira mudança no contrato foi um ano após, reduzindo pela metade as tarifas. O Termo de alteração Unilateral fez com que várias obras de infraestrutura fossem perdidas e as que sobraram foram postergadas para o fim do contrato, como é o caso do oeste do estado”, disse Mora, informando que neste período estavam previstos mais de 180 quilômetros de duplicação, nas quais foram reduzidas para 40 quilômetros.
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O presidente do Codefoz, Roni Temp, informou que o assunto da reunião dessa semana se deve a preocupação do efeito que os altos preços do pedágio causam na economia local. “Além do pedágio, também existe o problema de logística, que é a segunda mola propulsora de Foz do Iguaçu, perdendo apenas para o turismo. Todos os turistas e mercadorias que vem pra Foz tem esse custo, assim como as mercadorias que saem daqui”, disse Temp.
O prefeito Reni Pereira manifestou a decisão do executivo local em não concordar com a prorrogação do contrato. Para Pereira, esse modelo atrapalha o desenvolvimento da cidade. “Nenhum dia a mais. Encerrou o contrato, nenhum dia a mais de prorrogação. Nenhuma possibilidade de aditivo, de prorrogação. Nós institucionalmente manifestamos a posição do executivo de Foz do Iguaçu contrário a qualquer prorrogação desse contrato de pedágio. Isso prejudica o desenvolvimento. Não podemos permitir qualquer prorrogação desse contrato que já começou torto”, disse o prefeito.
Também esteve presente à reunião o presidente da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Fecopar), Dilvo Grolli, defendendo que o alto valor dos pedágios tira a competitividade da produção do estado. “Estamos levando ao conhecimento da população o custo do pedágio sobre a produção”. Segundo Grolli, a cada cem sacas de milho transportadas em uma viagem da região oeste até o porto de Paranaguá, o equivalente a oito sacas ficam no valor do pedágio. No caso da soja, a cada cem sacas, o equivalente a três sacas são deixadas no pagamento de pedágio. “Esse pedágio do estado do Paraná cobra 100% a mais se comparado aos demais pedágios brasileiros”, ressaltou.
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Reportagem: Dante Quadra