De natureza familiar, as ariranhas vivem em grupos de até 17 indivíduos, formados por um casal dominante e seus descendentes. Dependendo da época do ano, podem ser vistas sozinhas.
O bichinho tem aparência simpática: o corpo é comprido, tem olhos grandes, orelhas pequenas e arredondadas, patas curtas e gordinhas e cauda comprida e achatada. Possui temperamento curioso e um repertório amplo de vocalizações.
Hoje ameaçada em extinção em território paranaense, foi vista pela última vez por aqui em 1998, no Parque Nacional da Ilha Grande. Antes disso, foi flagrada no Parque Nacional do Iguaçu, em 1982.
O filhote renova a esperança de reprodução da espécie no estado, onde está ameaçada de extinção – no restante do Brasil é considerada vulnerável, e no mundo, em perigo. O RBV mantém um dos principais programas de reprodução de harpias (gavião-real) da América do Sul, e pretende repetir a experiência com a ariranha.
O desafio, entretanto, é grande, pois a espécie têm uma janela de reprodução considerada curta por especialistas: a idade reprodutiva começa aos dois anos e se estende por dez ou doze anos, porém, poucas ariranhas vivem em cativeiro – aqui no Brasil, são apenas 20; no mundo inteiro, 120.
A ariranhazinha de apenas três meses de idade chegou magra, com apenas 3,5 quilos, mas tem boas condições de saúde. Segundo o médico veterinário Wanderlei de Moraies, por enquanto o animal será mantido no hospital do refúgio para ganhar peso e fazer a transição da amamentação para os alimentos sólidos. Só quando completar dez meses será levado para exposição e visitação. A ariranha integrará o plantel com mais de 363 animais do refúgio, entre mamíferos, aves e répteis.
JIE