Por assessoria
Fotografias e recortes de papel revelam os segredos da natureza da região
trinacional em duas exposições abertas nesta sexta-feira (19), no Ecomuseu
de Itaipu. As obras do argentino Andrés Paredes e do ornitólogo e
funcionário da área técnica de Itaipu João Batista Francisco estão abertas
à visitação até dia 28 de setembro, de terça-feira a domingo, das 8h às
16h30.
A abertura das exposições “Avis per Francisco”, que apresenta 62 fotos das
mais diversas espécies de aves da região, e “Recordações da Terra sem Mal”,
que, por meio de recortes de papel formando insetos revela as mutações do
ser humano, contou com a presença de artistas, professores e funcionários
da Itaipu Binacional.
O superintendente de Meio Ambiente da Itaipu, Jair Kotz, disse que ambas as
mostras fazem parte da política do Ecomuseu de valorizar os artistas
regionais e, neste caso em especial, também os colaboradores da Itaipu.
“A natureza está passando despercebida no nosso dia a dia. Essas obras nos
chamam a atenção para a beleza que está ao nosso redor. A partir delas,
quem sabe conseguimos reeducar nosso olhar e termos um comportamento mais
sustentável?”, afirmou Kotz.
O gerente do Departamento de Operação de Sistema da Usina, Alberto de
Araújo, disse ter ficado surpreso com o resultado do trabalho do colega
João Francisco. “Sempre soube da paixão dele por aves, mas desconhecia todo
esse talento”, afirmou.
Desde a infância
As fotografias “Avis per Francisco” são resultado de um fascínio pelas
aves, que ele já sentia na infância. Atuando na área de Hidrologia da
Itaipu e em contato direto com a natureza, inicialmente ele utilizou um
gravador para registrar e catalogar os sons das aves. Em 2007, por
incentivo da mulher, Ana Cláudia Francisco, cursou a faculdade de Biologia.
Seu trabalho de conclusão de curso não poderia ter um tema diferente: as
aves.
“Comprei uma máquina fotográfica e passei, além de gravar os sons, a
fotografar”, contou. Hoje, João tem catalogadas 195 espécies. “É preciso
ter sorte para fotografá-las. A máquina é minha companheira, mesmo se não
estou em campo, pois não sei quando terei a surpresa de encontrar uma ave”.
Segundo ele, as aves contam a história do local onde estão inseridas. “Essa
exposição é um trabalho de ciência. Revela um pouco da nossa fauna”,
explicou.
“Avis per Francisco” tem a curadoria do veterinário Vanderlei de Moraes, da
Divisão de Áreas Protegidas (MARP.CD), que trabalha no Refúgio Biológico
Bela Vista.
Também está sendo exibida a mesa de trabalho de João Francisco, com
pinturas, materiais e o caderno em que ele faz suas anotações de campo.
Estão envolvidos no projeto o fotógrafo Alexandre Marchetti, da Divisão de
Imprensa (CSIM.GB), que fez as fotos de João Batista com as aves, e Renê
Diomar Fernandes, da Divisão de Ação Ambiental (MAPA.CD), que complementa a
exposição com delicadas aerografias que entrelaçam as fotos e os ambientes.
Recordações da Terra sem Mal
Assim como João Francisco, o artista plástico argentino Andrés Paredes, que
já expôs suas obras em lugares como Buenos Aires e Ushuaia (Argentina),
Dubai (Emirados Árabes), Beirute (Líbano) e Cingapura, chama a atenção, na
mostra “Recordações da Terra sem Mal”, para aspectos da natureza na
Província de Misiones.
A proposta do artista é despertar no público as transformações que ocorrem
ao longo da vida, fazendo uma metáfora com os insetos, como a libélula,
mariposas e cigarras apresentadas em seus recortes de papel. “Utilizei os
insetos presentes na terra onde nasci”, revelou.
Na região, sua primeira mostra foi no 12º Encontro do Programa Cultivando
Água Boa, em 2014. Andrés apresentou uma mandala de cinco metros de
diâmetro e painéis de recorte de papel em formato de cascatas (inspirados
na água e na energia da região), que compuseram a cenografia do espaço
cultural do Encontro. “Essas novas obras completam o trabalho iniciado no
Cultivando Água Boa. É um reencontro do homem com a natureza e as memórias
que nos formaram”, disse o artista.
Mais informações: www.turismoitaipu.com.br