Os agentes penitenciários do Paraná decidiram por fim à greve geral no Sistema Penitenciário do Paraná que teve início no último final de semana, em todas as unidades penais do Paraná. A decisão aconteceu na Assembleia Geral da categoria realizada nesta quinta-feira (28), em Curitiba, que contou com a presença de agentes da Capital e do interior do Estado.
Segundo o advogado do Sindicato, Adauto Pinto, na segunda-feira (25), os agentes penitenciários foram intimados de uma decisão judicial que proibiu a paralisação. A partir daquele momento, a greve tornou-se ilegal e a permanência dela traria sérios prejuízos à categoria, sob responsabilização da entidade sindical, dos dirigentes e de todos os agentes penitenciários que participaram do movimento. “Esses prejuízos seriam através de ações administrativas, criminais e até mesmo civis”, explicou.
O advogado ainda informou que todas as medidas cabíveis estão sendo adotadas para derrubar a decisão que retira dos agentes o direito constitucional de reivindicar os direitos através da greve.
Diante do atual contexto, os agentes penitenciários votaram pela suspensão da greve em razão da decisão judicial.
O principal motivo apontado foi a responsabilidade com toda a categoria, pois diante da insegurança recorrente do Sistema Prisional, os servidores não devem ser culpados pelas situações de crise, o que tem se tornado comum no Paraná. Os trabalhadores também comentaram sobre a indignação com o poder judiciário, que insiste em defender cegamente o governo contra os servidores, e que para isso, decidiu que no Estado do Paraná, o trabalhador público não tem direito à greve.
Para Petruska Sviercoski, presidente do Sindarspen, a decisão dos agentes pelo fim do movimento não representa desmobilização. “Percebemos que todos deliberaram com seriedade e precaução, com o objetivo de não tornar as unidades ainda mais inseguras e para evitar possíveis responsabilizações por eventuais crises dentro dos presídios que viessem a acontecer no período da greve”, comenta.
Para pressionar o governo a investir no Sistema Penitenciário, a categoria também reafirmou o compromisso com a Campanha Marcelo Pinheiro, por segurança no Sistema Prisional, lançada em Guarapuava, no dia 19 de maio. “Temos condições de tirar a espada que está sobre as nossas cabeças e direcioná-la a quem tem o dever de dar condições de trabalho ao servidor”, disse Petruska. [
Ela ainda afirma que “apesar de suspender a greve, a categoria continua mobilizada e unida pela segurança, lembrando-se de todos os colegas que foram vítimas da insegurança dos presídios com a intenção de evitar novas vítimas”, conclui.