A Indonésia informou que está determinada a avançar com a execução de oito estrangeiros, entre os quais um brasileiro, condenados por tráfico de droga, apesar da contestação mundial liderada pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon.
No último sábado (25), as autoridades indonésias notificaram os oito estrangeiros – da Austrália, Nigéria, do Brasil e das Filipinas – de que as execuções, por um pelotão de fuzilamento, ocorrerão em breve. Um preso indonésio também será executado na mesma ocasião. A procuradoria-geral da Indonésia declarou que o francês Serge Atlaoui, também condenado à morte por tráfico de droga, foi retirado desta lista de execuções iminentes, depois de muita pressão do governo francês.
Os prisioneiros já foram transferidos para a prisão de segurança máxima de Nusakambangan, onde ficarão até serem executados. O iguaçuense Rodrigo Gularte é um dos prisioneiros presos por tráfico de drogas, que esperam no corredor da morte. Rodrigo foi preso em 2004 ao tentar entrar na Indonésia com 6kg de cocaína escondidos em pranchas de surfe. Ele foi condenado à morte em 2005. Nesse período passou a sofre de esquizofrenia. O governo brasileiro já tentou evitar a execução por seis vezes, incluindo uma ligação da presidente Dilma Rousseff, direto para o presidente indonésio. Todos os pedidos de clemência foram negados.
O governo de Jacarta informou no sábado (24) que as execuções poderiam ocorrer dentro de três dias. Os governos estrangeiros envolvidos já pediram à Indonésia clemência para os seus cidadãos Os pedidos foram negados.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, “apelou ao governo indonésio para não executar, como anunciou, os dez prisioneiros que se encontram no corredor da morte pelos crimes alegadamente ligados à droga”, de acordo com comunicado divulgado ontem pela organização.
“Segundo a legislação internacional, em países onde a pena de morte está em vigor, a lei apenas deve ser aplicada em crimes graves, como mortes com premeditação”, diz o texto, acrescentado que “as infrações ligadas à droga não estão normalmente incluídas nesta categoria de crimes , muito graves”.
Agência Brasil