Cursos noturnos da Unila dão oportunidade a quem precisa trabalhar

Neste primeiro semestre de 2015, a UNILA deu início a 12 novos cursos, 8 deles com aulas no período noturno, aumentando a participação de estudantes que precisam conciliar estudo e trabalho. Agora, são dez os cursos ofertados à noite.

Os cursos no período noturno têm uma porcentagem maior de estudantes com idade superior a 25 anos. Segundo dados disponíveis na Pró-Reitoria da Graduação (PROGRAD), nos cursos noturnos, do total de alunos ingressantes em 2015, 39,92% têm mais de 25 anos, percentual que cai para 19,78% nos cursos diurnos. As idades dos estudantes variam de 17 a 61 anos. No período diurno, a média de idade dos calouros é de 22 anos e no noturno, é de 25.

Paulo Rogério de MoraesSidney NogueiraPaulo Rogério de Moraes, 39 anos, estudante do primeiro semestre de Geografia – Licenciatura, e Sidney José Nogueira, 37 anos, aluno do primeiro semestre de Administração Pública e Políticas Públicas, têm o perfil que, se não é predominante, tem uma participação importante na formação das turmas noturnas: além de serem mais velhos, trabalham durante o dia. “O fato de poder fazer o curso é justamente por ser noturno”, diz Nogueira, para quem a oferta de aulas à noite atende uma das características da própria Universidade. “Pela proposta da UNILA, que é bem inclusiva, não ter curso noturno alijava do ensino superior gratuito uma boa parte das pessoas da região”, analisa. “Na verdade, foi uma oportunidade maravilhosa o fato de ser em Foz do Iguaçu e ser noturno”, completa Rogério.

Conciliar trabalho e estudo é importante, também, para os mais jovens, como Rafaela Pereira Viana, 23, aluna de Administração Pública e moradora de Foz do Iguaçu. O fato de ser noturno influenciou a escolha do curso, mas a grade curricular também teve um peso importante para ela. “O curso abre possibilidade de carreiras diversas. Além disso, tem o aspecto multicultural, porque tem pessoas e culturas de todo o Brasil e estrangeiros”, destaca.

Adriele SaldanhaAdriele Saldanha, 28 anos, é do Rio de Janeiro e também foi atraída pelas propostas da UNILA, que ela conheceu em 2011, durante uma viagem a Foz do Iguaçu. “Trabalhava no Rio e quando passei não pensei duas vezes. Soube numa sexta, me mudei numa quarta. Pedi demissão e vim”, contou. Inicialmente, ela queria cursar Relações Internacionais, mas diz que, agora, não troca o curso de Geografia. ”Por mais que eu goste de Relações Internacionais, a Geografia me deu um leque a mais. O primeiro mês de aulas foi suficiente para dizer que não quero mudar.”

Jovens até 25 anos formam o maior contingente de calouros da UNILA – são 80,22% nos cursos diurnos e 60% no período noturno. Ao contrário da maioria em sua sala, Talita Costa, de 17 anos, não trabalha durante o dia, mas aproveita o tempo para fazer cursos – Espanhol está sendo o primeiro de uma série de muitos que ela pretende fazer. Ela veio do Maranhão para estudar Química. “Conheci o projeto da UNILA por intermédio de um amigo e vim. Nunca tinha estudado à noite, mas estou gostando bastante”, diz a jovem

A maranhense Talita, junto com estudantes de outros estados, pertence a um grupo menor entre os calouros dos cursos noturnos. Nesse turno, os paranaenses ocupam a maior parte das vagas – são 65%, dos quais 80% são iguaçuenses ou de municípios da região.

Os cursos noturnos são a concretização de sonhos para muitos estudantes. Marlene Rodrigues Alves, 48 anos, aluna do curso de Licenciatura em Letras, Espanhol e Português como Línguas Estrangeiras, faz a sua primeira graduação. A profissão da caloura sempre foi cuidar da casa e dos filhos, em tempo integral. A oportunidade de estudar só surgiu após “encaminhar” os filhos. Agora, ela tem tempo para si e para os afazeres da casa. O esforço, após seis tentativas de Enem, foi compensado e ela já traça planos para o futuro. “Gostaria de fazer concurso público para dar aulas no Ensino Médio e, principalmente, trabalhar como voluntária no ensino da língua espanhola”, afirma.

Marlene AlvesA língua espanhola, aliás, sempre esteve presente em sua vida. Natural de Arroio Grande (RS), fronteira com o Uruguai, e moradora de Foz do Iguaçu há 25 anos, ela teve os ouvidos treinados pelo espanhol, apesar de não praticar a fala. “Sentia vergonha de falar a língua. Na UNILA, já interagi com uruguaios, paraguaios e alunos do Haiti, me identifiquei com o curso por conta da diversidade cultural e para ter o domínio do espanhol, idioma que ganha mais força a partir de avanços culturais e políticos, a exemplo do Mercosul”, opina.

Unila

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