Foram enterrados no domingo (19) três bombeiros voluntários mortos durante o trabalho de combate a um incêndio no último sábado (18) em um silo de arroz, do Km 30, da cidade de Minga Guazú, região metropolitana de Cidade do Leste. A tragédia comoveu a população paraguaia e levantou a questão da falta de equipamentos de proteção.
Os bombeiros realizaram os primeiros procedimentos para apagar o incêndio e no dia seguinte retornaram ao silo “EIMD Tres Arroyos Paraguay”, para fazer o trabalho de resfriamento, evitando que novas chamas iniciassem. Um dos bombeiros acabou resvalando e caindo sobre secador de arroz. Outros três entraram para resgatar o colega, quando dois acabaram se acidentando e morrendo.
Morreram Ronald Ariel Aguilera Cristaldo, de 17 anos, Saturnino González Ortega de 47 anos e Arnaldo Gabriel Riveros Valiente, de 18 anos, filho do também voluntário Ciriaco Riveros, que sobreviveu.
Bombeiros de Cidade do Leste e Presidente Franco se deslocaram ao local do acidentes para ajudar no resgate aos colegas. Segundo o médico legista do Ministério Público, os voluntários morreram por asfixia.
O prefeito de Minga Guazú, Digno Caballero, e o Corpo de Bombeiros Voluntários do Paraguai, declaram luto oficial de três dias.
Estrutura
Assim como em outros países da América do Sul, os bombeiros do Paraguai trabalham de forma voluntária, dedicando o tempo livre do emprego para o combate a incêndios e outros serviços destinados ao Corpo de Bombeiros Voluntários. Para se manter, os bombeiros paraguaios recorrem a doações feitas pela comunidade.
Horas depois da tragédia um vídeo gravado por uma das vítimas circulou pelas redes sociais, onde é possível notar a falta de proteção, como máscaras de oxigênio.
O bombeiro voluntário Celeste Palma, do destacamento da cidade de Hernandárias, ressaltou que a melhoria na estrutura é uma reivindicação dos bombeiros de todo o país, que segundo ele, não recebe ajuda municipal, departamental ou nacional. “Não recebemos nenhum apoio e apenas contamos com cinco equipamentos, que são tubos de oxigênio que serve apenas para duas pessoas, sendo que cada tubo dura entre 20 e 25 minutos”, explicou Palma.