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O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, disse que o Programa Cultivando Água Boa, da Itaipu Binacional, “é uma iniciativa que tem potencial para transformar a vida de milhões de pessoas, porque apresenta possibilidades extraordinárias”. A declaração de Ban Ki-Moon foi transmitida nesta segunda-feira (30), na sede da ONU, em Nova York, na solenidade de entrega do Prêmio Água para a Vida 2015.
O Cultivando Água Boa (CAB), desenvolvido na Bacia do Paraná 3, no Oeste paranaense, conquistou o primeiro lugar na categoria “Melhores práticas em gestão da água”, concorrendo com 40 iniciativas de todos os continentes. O diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, o diretor-geral paraguaio, James Spalding, e o diretor de Coordenação, Nelton Friedrich, participaram da cerimônia de entrega da premiação.
No comunicado de Ban Ki-Moon, transmitido por Cristina Gallach, sub-secretária geral para Comunicações e informações Públicas, que foi a mestre de cerimônia do evento, o secretário-geral da ONU disse que “é uma honra dar esse prêmio à Itaipu porque vocês fizeram por merecer”. Ban ki-Moon visitou a binacional no mês passado, quando teve a oportunidade de conhecer de perto várias iniciativas socioambientais.
A chancela da ONU, a mais importante para a Itaipu na área ambiental, soma-se a diversos outros prêmios já conquistados pelo CAB. Ban ki-Moon não pôde comparecer ao evento em função de missão no Iraque. Uma placa alusiva ao prêmio foi entregue por Blanca Elena Jiménez-Cisneros, diretora da Divisão de Ciências da Água, secretária do Programa Internacional de Hidrologia da Unesco.
Em seu discurso de agradecimento na sede da ONU, Samek saudou a todos aqueles que compartilham a preocupação e o compromisso com a sustentabilidade, especialmente em relação ao cuidado com a água. “Este prêmio, que recebemos com humildade, é o reconhecimento ao compromisso e ao esforço conjunto de uma extensa rede de parceiros, com os quais compartilhamos esta distinção”, agradeceu.
Na mesma linha, Spalding disse que, para a Itaipu, esse é um reconhecimento a um trabalho desenvolvido há mais de uma década. “Sem dúvida, ser escolhido entre 40 postulantes, é uma distinção muito importante, o que vai dar ainda mais força para continuarmos nesse caminho.”
Nelton Friedrich também destacou a importância da premiação, “que marca a nossa vida e a de todos os nossos parceiros”, lembrando que a gestão do programa é coletiva. O CAB se fundamenta na gestão integrada de bacias hidrográficas e atua por bacia, sub-bacia e microbacia, visando garantir a quantidade e a qualidade das águas e, também, a sustentabilidade do território.
Moacir Luiz Froehlich, prefeito de Marechal Cândido Rondon, um dos municípios beneficiados pelo programa, que integrou a comitiva do Brasil na premiação, acredita que essa deferência vai ser importante para que o CAB se estenda para outras regiões.
Criado em 2003, o CAB é desenvolvido nos 29 municípios da Bacia do Paraná 3, no Oeste do Paraná, onde vivem mais de um milhão de pessoas. As ações socioambientais são feitas em parcerias com prefeituras, órgãos públicos, empresas e a comunidade. O programa reúne mais de dois mil parceiros.
O CAB, recentemente adotado em Minas Gerais como política pública de sustentabilidade, já foi replicado como projeto piloto em países como Guatemala, República Dominicana, Bolívia, Argentina, Uruguai e Paraguai.
Ao apresentar as práticas vencedoras de 2015, em seu site (http://www.un.org/waterforlifedecade/winners2015.shtml), a ONU enumera os resultados do Programa Cultivando Água Boa e avalia que as ações contribuem para solucionar os problemas sociais e ambientais da Bacia do Paraná 3, “promovendo uma nova visão dos recursos hídricos, através da participação de todos os atores envolvidos”.
Além da categoria “Melhores práticas em gestão da água”, a 5ª edição do Prêmio Água para a Vida 2015 também premiou as “Melhores práticas de participação pública, educativas, de comunicação e/ou de sensibilização”. Nessa categoria, houve a participação de 25 iniciativas. O primeiro lugar foi dividido entre ações da Índia e da África do Sul. O prêmio aos vencedores nas duas categorias é uma iniciativa no âmbito da década internacional da água (2005/20015), patrocinada pela ONU.
No total, participaram do prêmio dez práticas inscritas pela Europa, 11 pela África, 20 pela Ásia, 23 pela América Latina e Caribe e um pela Oceania. O Brasil inscreveu sete trabalhos. A escolha das melhores práticas foi feita por um comitê especial da ONU, formado por especialistas em meio ambiente, água e desenvolvimento sustentável.
Criado em 2010, o Prêmio da ONU para as “Melhores práticas em gestão da água” tem como objetivo promover esforços para atingir os compromissos internacionais com a água e questões relacionadas, estabelecidos para 2015, reconhecendo os programas que garantem a gestão da água e do desenvolvimento sustentável, a longo prazo.
As práticas devem, também, contribuir para que sejam atingidas as metas dos Objetivos do Milênio, da Agenda 21, Carta da Terra, e do Plano de Implementação de Joanesburgo, todos relacionados ao desenvolvimento sustentável, com ênfase nas áreas de recursos naturais, erradicação da pobreza, saúde, comércio, educação, ciência e tecnologia.
JIE