Por Unila
Desenvolvido desde setembro de 2014, o projeto de extensão da UNILA “Patrimônio Cultural de Foz do Iguaçu” iniciou, recentemente, sua segunda etapa, que inclui o mapeamento, o registro e o cadastro de bens em um sistema online. O objetivo, até o final do ano, é tornar o sistema público e referência na identificação e no repasse de informações a respeito dos bens culturais do município. A equipe conta com seis professores da UNILA de cursos diversos, além de dois profissionais externos e bolsistas.
O projeto acontece em resposta à demanda da comunidade local, apresentada pela Comissão de Revisão da Lei de Patrimônio de Foz do Iguaçu e pelo Conselho Municipal de Políticas Culturais. Para centralizar essas informações e disponibilizar o questionário, um site preliminar (patrimonioculturalfoz.org) já está no ar.
A professora de Arquitetura e Urbanismo e coordenadora do projeto, Renata Machado, vem participando, desde o ano passado, da Comissão que busca propor uma revisão da lei municipal, existente desde 1990. Esta revisão ocorre no sentido de propor novos instrumentos e diretrizes legais que abarquem o direito constitucional à cultura e ao patrimônio cultural, atualizando a concepção de patrimônio e de identidades culturais.
É proposta uma ampliação do entendimento de patrimônio constante na lei, passando a reconhecer, além dos bens materiais, também os imateriais como referência cultural da cidade. “Esta lei existe há 24 anos no município, mas até o presente momento nenhum bem foi identificado como patrimônio cultural. Por isso, há necessidade de revisão, trabalho que está quase no fim”, disse Renata. A docente lembra que será necessário, após a nova sugestão de lei, o encaminhamento do projeto à Câmara de Vereadores, para apreciação, e o esforço para que o tema entre em pauta.
O estágio inicial do site foi lançado nesta segunda-feira (16), incluindo sistema online de cadastro. Por meio desse sistema, a população poderá cadastrar bens que julgue significativos à história e à memória da cidade. Poderão ser bens imóveis, como prédios antigos e ruas e, também, manifestações culturais, compreendidas a partir do alargamento do conceito de patrimônio cultural. Dessa forma, serão consideradas cerimônias, saberes populares, rituais, religiosidades e expressões tradicionais. “Todo este cadastro é importante para, depois, ser feito um estudo e uma análise mais específica sobre cada item registrado. Temos certeza de que há muitos bens, entre materiais e imateriais, que passarão a ser reconhecidos, mas tudo é um processo”, explica a professora.
Neste momento, com o site já lançado, a ideia é sensibilizar a população local acerca da importância da preservação e do reconhecimento dessas referências culturais, aumentando a perspectiva do que seriam esses patrimônios. No futuro, a página contará com orientações a respeito do mapeamento e com um formulário para o pré-cadastro de bens, em que a comunidade poderá enviar informações e imagens sobre cada bem reconhecido como relevante. Posteriormente, estas informações abastecerão o sistema e os bens poderão ser registrados ou tombados, impedindo sua destruição e ampliando o planejamento de ações voltadas à valorização desses patrimônios.