Às 9h desta terça-feira (17) empresários, sindicalistas e ambulantes de Cidade do Leste, no Paraguai, fecharam os comércios e iniciaram uma manifestação na região central da cidade. Os trabalhadores do lado paraguaio da tríplice fronteira reivindicam uma ação mais efetiva contra a crise financeira e evitar a redução da cota de compras no Brasil, de US$ 300 para US$ 150.
As lojas ficarão fechadas das 9h às 11h, como forma de chamar a atenção das autoridades dos dois países. Além de Ciudade del Este, o manifesto também acontece nas cidades paraguaias de Pedro Juan Caballero e Salto del Guaíra. Devido ao protesto, o trânsito ficou interrompido na principal via de acesso à Ponte da Amizade.
Para o empresário Armando Nasser, a manifestação pretende mostrar as dificuldades enfrentadas na fronteira. Nasser ainda defende que a questão não está relacionada diretamente à cota, mas sim a uma mudança de conceito. “Nenhum lugar do mundo existe cota, as pessoas compram produtos pessoais. Tenho ido para Miami e ninguém me pergunta se tenho cota ou não tenho cota, porque é tudo bem pessoal. Contrabandista não respeita cota. É preciso divulgar o destino”, disse o empresário.
Ás 8h, uma reunião entre os empresários, sindicatos e parlamentares do Parlasul, na sede do governo de Alto Paraná, debateu a situação comercial da região. Em seguida os trabalhadores seguiram até a rótula no centro da cidade, próximo a Ponte Internacional da Amizade.
A redução da cota de compras entre Brasil e Paraguai deverá entrar em vigor a partir do dia 1° de abril. De acordo com a normativa, a cota passa dos atuais US$ 300, para US$ 150. Em julho do ano passado, o governo voltou atrás e decidiu continuar trabalhando com os US$ 300, até que as lojas francas de fronteira recebem autorização para serem instaladas.