Trabalhadores da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná) e do HUOP (Hospital Universitário do Oeste do Paraná) decidiram suspender a greve da categoria deflagrada no dia 19 de fevereiro. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (12) em assembleia convocada pelo Sinteoeste (Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos do Ensino Superior do Oeste do Paraná) no anfiteatro do campus de Cascavel da universidade.
No entanto, os servidores técnicos e professores presentes decidiram por manter o estado de greve, o que significa que a paralisação pode ser retomada caso o governo estadual descumpra acordos firmados com o movimento. Apesar do recuo do governo em itens como o decreto que estabelecia a autonomia financeira das IEES e no que diz respeito ao pagamento dos qüinquênios e anuênios, algumas pautas seguem pendentes, especialmente a que trata de modificações na ParanáPrevidência.
A manutenção do estado de greve significa que os comandos de greve permanecem mobilizados. “A greve foi suspensa, mas o estado de greve foi mantido para que, legalmente, caso seja necessário no decorrer das negociações, possamos convocar imediatamente o movimento paredista”, explica a professora Francis Guimarães Nogueira, vice-presidente do Sinteoeste.
Em relação ao ParanaPrevidência, o governo se comprometeu a não enviar à Assembleia Legislativa nenhuma proposta de alteração até o dia 31 de março. Diante da ilegalidade da fusão do Fundo Previdenciário e Financeiro, proposta inicial do governo, o governo agendou uma reunião com o FES (Fórum Estadual dos Servidores Públicos do Paraná) para o dia 19 para discutir outras alternativas. “Houve um recuo tático do governo nesta questão, mas não uma desistência de alterar nossa previdência”, explica Gracy Kelly Bourscheid, presidente do Sinteoeste.
Outra pauta de reivindicação que ainda segue pendente é o pagamento do 1/3 de férias, ao qual o governo se comprometeu a pagar até o dia 31 de março, porém trata-se de um acordo verbal, sem nenhuma formalização.
Apesar dos trabalhadores da Unioeste e do HUOP retornarem aos trabalhos já nesta sexta-feira, dia 13, o reinício das aulas ainda é incerto e será definido em reunião do COU (Conselho Universitário) agendada para amanhã. Como o calendário acadêmico não se restringe somente ao início das aulas, mas também a outros serviços administrativos, das secretarias internas, da regularização de matrículas e de manutenção, os trabalhadores aprovaram uma proposta de reinício de aulas para o dia 23 de março. A proposta será levada ao COU.
Ao avaliar a greve, a presidente do Sinteoeste aponta a maturidade dos servidores que sempre estiveram dispostos a negociar com o governo. “A greve é sempre a última alternativa do trabalhador quando esgotadas as negociações. Nós suspendemos a greve, mas nos mantemos mobilizados. Podemos dizer que fomos vitoriosos até aqui, pois conseguimos derrubar o “pacotaço” do governo, a obrigatoriedade de entrarmos no meta 4, mantivemos nosso qüinqüênio e anuênio, conseguimos que fosse extinto o “tratoraço” da comissão geral na Assembleia e, especialmente, derrubamos o decreto que criava a comissão para discutir a autonomia financeira das universidades”, comemora Gracy.
Fonte: Sintoeste