A Polícia Federal informa que foram cumpridos 7 mandados de prisão preventiva, 30 de prisão temporária e 23 de condução coercitiva referentes à Operação Bemol.
Além das prisões efetuadas em Foz do Iguaçu, a Polícia Federal cumpriu 3 mandados de prisão temporária e 1 de condução coercitiva em Toledo/PR, 2 mandados de prisão temporária e 1 de condução coercitiva em Ribeirão Preto/SP, 1 mandado de prisão preventiva em Cascavel/PR, 1 mandado de prisão preventiva em Soledade/RS, 1 mandado de prisão temporária em Joinville/SC e 1 mandado de condução coercitiva em Palotina/PR.
Sobre a Operação
A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram a Operação Bemol, que tem o objetivo de desarticular uma organização criminosa transnacional que, em menos de cinco anos, desenvolveu um esquema multimilionário de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Serão cumpridos sete mandados de prisão preventiva, 34 mandados de prisão temporária, 25 mandados de condução coercitiva e 68 mandados de busca e apreensão nos municípios de Foz do Iguaçu/PR, Santa Terezinha de Itaipu/PR, Matelândia/PR, Cascavel/PR, Toledo/PR, Altônia/PR, Joinville/SC, Soledade/RS, Ribeirão Preto/SP e Monte Aprazível/SP. Estão envolvidos na ação 230 policiais federais e 30 servidores da Receita Federal.
O grupo criminoso utilizava contas bancárias de 87 empresas, em geral fictícias, para receber vultosos valores de pessoas físicas e jurídicas, interessadas em adquirir mercadorias, drogas e cigarros provenientes do Paraguai, de diversos Estados brasileiros. Constatou-se que as empresas controladas pela organização criminosa investigada movimentaram mais de R$600 milhões de origem ilícita.
Este grupo era responsável por conferir aparência lícita a recursos financeiros de origem criminosa e remeter esse mesmo dinheiro “sujo” ao Paraguai. Além dessas atividades, para atender as exigências de “doleiros” paraguaios, a organização criminosa também era responsável por transferir parte dos ativos ilícitos para contas bancárias brasileiras controladas por tais “doleiros”.
A operação foi batizada de “Bemol” por possuir o mesmo propósito da Operação Sustenido, deflagrada há menos de um ano pela Polícia Federal e pela Receita Federal em Foz do Iguaçu, que desarticulou organização criminosa especializada na prática dos mesmos delitos investigados na Operação Bemol.
A expressão Bemol é uma referência à teoria musical, visto que tanto o sustenido quanto o bemol representam uma nota intermediária entre duas outras notas musicais. O papel das organizações criminosas descortinadas pelas Operações Sustenido e Bemol era o de fazer a ligação entre traficantes de droga, “cigarreiros” e empresários brasileiros, com os fornecedores de tais produtos residentes no Paraguai. Os dois grupos criminosos desarticulados pelas referidas Operações representavam o elo entre criminosos brasileiros e paraguaios, ou seja: representam o semitom sem o qual a sinfonia não pode ser tocada.
O trabalho realizado pela Polícia Federal e a Receita Federal demonstrou que o combate à lavagem de dinheiro e à evasão de divisas deve ser uma constante na tríplice fronteira. Evidentemente, a droga, o cigarro e outros ilícitos procedentes do Paraguai não vêm para o Brasil gratuitamente. Os fornecedores paraguaios enviam seus produtos ilícitos para o Brasil depois de serem pagos para isso. As organizações criminosas desarticuladas pelas Operações Sustenido e Bemol eram responsáveis por garantir o pagamento dos fornecedores paraguaios. Sem dúvida, aniquilando-se esse tipo de grupo criminoso, dificulta-se a transferência de recursos financeiros de origem espúria para o País vizinho e, por consequência, inviabiliza-se a remessa de artigos ilícitos do Paraguai para o Brasil.