Professores da rede estadual de ensino fizeram uma grande manifestação na manhã desta quarta-feira (25) no centro de Foz do Iguaçu, com apoio também de professores da rede municipal. Os manifestantes saíram da Praça do Mitre, onde estão concentrados, e foram até o Núcleo Regional de Educação, onde gritaram palavras de ordem e fizeram mais protestos. A ação aconteceu simultaneamente em outras cidades do Paraná.
De acordo coma diretora-geral do Sinteoeste, o Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino Superior do Oeste do Paraná, Silvana de Souza, a manifestação em Foz foi uma das melhores que ela presenciou. “A manifestação foi maravilhosa, fantástica, um apoio da população como nunca se viu antes, ela entendeu que nossas causas são justas, por onde nós passávamos, a população aplaudia, falavam nossas palavras de ordem, faziam concordância com as nossas bandeiras e tinha um público que nem mesmo nas jornadas de junho de 2013 tinha essa quantidade de gente nas ruas. Ou seja, é o maior movimento de populares que se viu por Foz do Iguaçu nos últimos tempos”, afirmou.
A sindicalista comentou também sobre a questão da autonomia das universidades, levantada pelo governador Beto Richa (PSDB). “O conceito de autonomia era sempre um conceito defendido pela categoria dos trabalhadores, que as universidades tivessem um valor fixo para que elas pudessem administrar suas despesas. Mas um valor fixo acima das despesas atuais, porque as universidades ainda estão em expansão. O que ele está chamando de autonomia é um valor abaixo das despesas atuais. Ou seja, ele obrigaria a gente a fazer um corte e ainda impediria de fazer novos investimentos. Foz do Iguaçu não tem cantina, não tem restaurante universitário, quem estuda lá sabe do que falo, estamos há um ano e meio sem ter um local para comer um pão com manteiga e tomar uma xícara de café com leite. Como vamos aceitar essa autonomia nessas condições? É inaceitável porque não é autonomia, ele quer que as universidades se autocusteiem. É impossível, porque a universidade é uma instituição de formação, não uma instituição lucrativa. Portanto o custeio da universidade tem que continuar sendo mantido pelo governo do estado”, explicou.
Questionada se o campus da Unioeste em Foz corre o risco de fechar as portas, Silvana de Souza deu um alerta preocupante. “Se tiver custeio zero, sem dúvida nenhuma. Porque não há como abrir as portas se não tiver como pagar conta de luz, conta de água, de telefone, material de limpeza. Mas ele já recuou na primeira reunião com o reitor, mas não aceitamos isso, porque ele tem que negociar com os trabalhadores. E ele vai ter que recuar, porque nós não vamos recuar”, declarou.
Por fim, a diretora do Sinteoeste fez um convite à população. “Nós convidamos a todos, no dia 2 de março às 8h e 19h, na próxima segunda-feira, que seria o dia que voltariam as aulas na Unioeste, para comparecerem para dar um apoio, nós vamos fazer um ato de esclarecimento, de informação da situação, dos acadêmicos, veteranos e calouros, que eles saibam quais as informações necessárias para entender o motivo de nossa greve”, finalizou.