Os deputados estaduais precisaram chegar na Assembleia Legislativa do Paraná escoltados pela Polícia Militar, para a sessão de quinta-feira (12). Dos 54 deputados paranaenses, 44 chegaram em um camburão do Bope, mas não conseguiram entrar no plenário da casa, que estava ocupado por manifestantes. Os deputados seguiram para o refeitório, no quinto andar, onde iniciaram a sessão. Quando os manifestantes chegaram ao saguão principal da Assembleia, houve confronto com a polícia e a sessão foi encerrada.
O pacote de medidas enviado pelo Governo do Estado, prevendo cortes para contensão de gastos, foi retirado da pauta da Assembleia pelo presidente Ademar Traiano. A Assembleia Legislativa emitiu uma nota dizendo que o estado de direito foi ferido.
“Os princípios do estado de direito democrático são afrontados quando um parlamento é sitiado. Jamais a sociedade brasileira aceitou, como nos mais tristes momentos de ditadura, uma Casa Legislativa fechada.
Neste momento até a própria Justiça vem sendo desrespeitada quando assistimos o descumprimento de ordens judiciais que determinam a desocupação do prédio.
A Mesa Executiva da Assembleia Legislativa do Paraná apela, ao grupo de pressão que cerca e invade o Parlamento, pela desocupação pacífica e responsável, para que as senhoras e senhores deputados estaduais possam desempenhar com responsabilidade o mandato legitimamente conferido pelos paranaenses.
A Assembleia Legislativa tem agido com cautela extrema e necessária, preservando a integridade de todos, evitando o uso da força policial. E quer manter a mesma postura democrática. Ações que impeçam o exercício constitucional da função parlamentar são inaceitáveis num estado como o Paraná. O exercício da democracia se fortalece no respeito das opiniões divergentes.”, publicou a Alep em nota.