Ouça a entrevista com o Padre Sérgio:
Após o afastamento dos padres Sérgio Bertoti, Agostinho Gatelli e Paulo de Souza, em 31 de outubro de 2013, o decreto foi revogado neste mês de fevereiro pelo arcebispo Dom Mauro Aparecido dos Santos, da Arquidiocese de Cascavel. Com a decisão canônica, os padres poderão voltar a exercer as atividades normais.
Em entrevista nesta terça-feira (10), o padre Sérgio Bertoti informou que foi dada a sugestão para voltar a trabalhar em uma das paróquias de Foz do Iguaçu, embora tenha sido designado para a Paróquia Santo Antônio, na cidade de Santa Helena.
Padre Sérgio pretende tomar medidas canônicas para saber exatemente o motivo de seu afastamento e dos demais padres. “Queremos ter ciência de todos os fatos e consequências. Queremos reparação dos danos. Saber o que gerou todos os fatos que até agora por nós é desconhecido”, disse.
Relembre o caso
A igreja católica afastou os três padres de Foz do Iguaçu, após a denúncia feita pelo bispo Dom Dirceu Vigine, da Diocese Iguaçuense, acusando que os religiosos haviam invadido o e-mail pessoal do bispo e divulgado as informações. A denúncia de crime virtual foi feita em julho deste ano pelo próprio bispo, que prestou queixa contra sete padres na Delegacia da Polícia Civil. O caso teve grande repercussão.
A Congregação aceitou a denúncia do bispo de Foz do Iguaçu e afastou os padres Sérgio Bertoti, Agostinho Gatelli e Paulo de Souza, que já havia sido transferido para a cidade de Guarapuava. A invasão e distribuição de mais de 200 e-mails teria acontecido em 2012 e veio a público em 2013, após a denúncia do bispo à polícia. O conteúdo dos e-mails não foi divulgado pela polícia.
Após a denúncia na polícia ter se tornado pública, o Bispo de Foz do Iguaçu, Dom Dirceu Vegini reuniu a imprensa para esclarecer o caso. segundo o Bispo, o afastamento de padres não teve a ver com invasão de e-mails. O Bispo explicou ainda, que a ordem de afastamento teria sido uma ordem do Vaticano e uma investigação foi realizada por padres de Cascavel. Sobre quais seriam as acusações contra os três padres, Dom Dirceu explicou na época que o Código de Direito Canônico não permite que as denúncias sejam reveladas, mesmo depois das investigações concluídas.