Mais de duas mil pessoas estiveram no ato públicos dos educadores nesta manhã de segunda-feira, 09, na praça central da cidade. Os profissionais continuam acampados na Praça do Mitre.
De acordo com o levantamento do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato/Foz), as trinta escolas da rede estadual de Foz do Iguaçu dispensaram as aulas nesta manhã, uma paralisação total dos estabelecimentos. Durante a abertura do ato público, as escolas foram nomeadas uma a uma e todas as instituições mantinham representantes dos educadores e estudantes presentes no protesto.
Os educadores denunciam o desmonte da escola pública no Paraná, promovido pelo Governo do Estado, através de medidas que cortam direitos dos trabalhadores e prejudicam não apenas a qualidade do ensino como também comprometem o funcionamento das escolas.
“A nossa greve começa sem ter data para terminar. O governador Beto Richa pode encerrar o movimento, desfazendo as medidas que instalaram o caos na educação, cumprimento com os acordos feitos com a categoria e se dispondo a conversar sobre as decisões para melhorar a educação oferecida à população paranaense”, diz Fabiano Severino, presidente da APP-Sindicato/Foz.
Assembleia
Nesta terça-feira (10), cerca de setenta educadores de Foz do Iguaçu e região participam do ato público em Curitiba, em frente à Assembleia Legislativa, para acompanhar a tramitação de dois projetos que cortam direitos dos servidores estaduais.
Conforme a APP-Sindicato/Foz, diante da forte mobilização da categoria, alguns deputados estaduais estão prometendo fazer mudanças nos projetos, tentando se colocar como mediadores entre o governo e os trabalhadores.
“Tem deputado dizendo que vai mudar o texto do projeto e que não é possível ser contra toda a proosta. Isso não existe. Ou se vota contra ou a favor das medidas que ferem os servidores do Paraná”, defende Mirian Takahashi, diretora de comunicação da APP-Sindicato/Foz.
Para os dirigentes sindicais, esta é uma tentativa de desmobilização do movimento patrocinada pelo Governo do Estado, através dos parlamentares de sua base de sustentação. Devido ao regimento do parlamento, não são possíveis mudanças no texto dos dois projetos em discussão, que precisam ser retirados da pauta pelo governo ou derrubados pelo voto contrário dos deputados.
Escolas receberam R$ 4,2 milhões do Fundo Rotativo
A Secretaria de Estado da Educação repassou R$ 4,2 milhões na conta das escolas estaduais para compra de materiais de consumo, como produtos de limpeza, lâmpadas e material de expediente. O recurso é referente à primeira parcela da cota normal de consumo do Programa Fundo Rotativo. “Somente as escolas que apresentarem algum tipo de pendência em suas prestações de contas terão os valores bloqueados, até a sua regularização”, afirma Manoel José Vicente, chefe da Coordenadoria de Apoio Financeiro à Rede Escolar.
No ano passado foram liberados para as escolas cerca de R$ 52 milhões em cotas do Fundo Rotativo. O programa repassa recursos às escolas estaduais para a manutenção e outras despesas relacionadas com a atividade educacional.
PROFESSORES PSS RECEBEM RESCISÕES
O Governo do Estado acertará ainda neste mês o pagamento das rescisões dos professores contratados por processo seletivo simplificado (PSS). O terço de férias dos professores será pago em duas parcelas, em março e abril.
O secretário estadual da Educação, Fernando Xavier Ferreira afirma que a secretaria, por sua natureza e dimensão, foi a mais atingida neste momento, pelas medidas de reequilíbrio orçamentário.
“Tivemos que tomar algumas medidas mais duras, porém necessárias, e que se fossem proteladas iriam surgir no decorrer do ano com muito mais problemas, como falta de pagamentos de salários do quadro de funcionários”, afirma Xavier.
PROFESSORES EM SALA – Além dos cerca de 50 mil professores da rede, o Governo do Estado distribuiu aulas para 4.522 professores aprovados no último concurso público e também contratou mais 10 mil professores PSS, que já estão sendo chamados, pois a seleção aconteceu no fim do ano passado.
A Secretaria da Educação cancelou, neste período, as licenças especiais e destacou para as salas de aulas profissionais que estavam em áreas administrativas.