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Motoristas e cobradores paralisaram os serviços do transporte coletivo por volta das 10h desta sexta-feira. Os trabalhadores estacionaram os veículos no Terminal de Transporte Urbano (TTU), no centro da cidade, pegando de surpresa os moradores. Os motoristas informaram que foram ameaçados pelas empresas de que se voltassem a praticar a carga horária anterior teriam as horas descontadas nos salários. A paralisação terminou às 11h e o serviço voltou ao normal.
O Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Foz do Iguaçu decidiu em assembleia na noite de quinta-feira (15), que os ônibus não iriam sair de circulação. Os trabalhadores deveriam apenas contrariar as empresas do Consórcio Sorriso e terminar com a jornada com intervalo, voltando a escala anterior, onde trabalhavam seis ou sete horas ininterruptas.
O presidente do Sindicato, Dilto Vitorassi, explicou que o Foztrans notificou as empresas para que diminuíssem a carga horária dos motoristas e cobradores, de sete para seis horas diárias. Para compensar, foi autorizado às empresas aumentarem o tempo de uso dos ônibus, passando de oito para 12 anos. “Ao invés de sentarem para negociação, resolveram dizer que o Foztrans não tem legitimidade para regulamentar a jornada de trabalho, ou seja, que eles não aceitam”, disse.
Algumas empresas quiseram continuar com a carga horária de seis ou sete horas direto, mas outras preferem que os funcionários trabalhem três horas, tenham um intervalo de duas horas e voltem ao trabalho por mais três, fazendo com o que o trabalhador chegue a ficar entre nove e 10 horas fora de casa. “Isso piorou significativamente a vida dos trabalhadores do setor”, disse Vitorassi.
Outra assembleia foi marcada para a noite de segunda-feira (19). “Vamos voltar à escala antiga, sem intervalo, para não precisar tirar os ônibus da rua. O usuário não sentirá diferença”, concluiu.