Aos cinco anos, a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) é uma instituição em formação, “um sonho em construção”, preocupada com o presente e de olho no futuro. Criada pela Lei 12.189, sancionada em 12 de janeiro de 2010 pelo então presidente Lula, a Universidade nasceu com uma vocação específica: promover a integração entre os países latino-americanos, por meio da educação e da cooperação solidária entre as instituições de ensino superior, organismos governamentais e internacionais. A UNILA, que iniciou suas atividades acadêmicas no segundo semestre de 2010, com seis cursos de graduação, chegará ao final de 2015 com 41 cursos implementados, todos com o olhar voltado para a América Latina.
“Acredito que, nesses primeiros cinco anos de existência da UNILA, ficou comprovado o acerto dos que conceberam e apoiaram o projeto de uma universidade para a integração latino-americana”, avalia o reitor Josué Modesto dos Passos Subrinho, que tomou posse em julho de 2013. Para ele, “os resultados já alcançados e as sementes lançadas recentemente são um prenúncio de abundantes colheitas”.
Além de oferecer educação de qualidade, a UNILA também estimula o desenvolvimento socioeconômico da cidade de Foz do Iguaçu e da região da fronteira trinacional. “Não existe desenvolvimento sem conhecimento. Nenhum lugar do planeta pode prosperar sem melhorar a educação de seus habitantes”, diz o diretor-presidente da Uniamérica, Ryon Braga, citando como exemplo a Coreia do Sul, Singapura e Taiwan, países que se destacaram economicamente nas últimas décadas, depois de um forte investimento em educação. A Uniamérica é uma instituição parceira da UNILA, cedendo espaços para desenvolvimento de atividades acadêmicas do curso de Medicina e áreas biológicas e tecnológicas da Universidade.
“A instalação da UNILA representa uma grande conquista política para a Tríplice Fronteira, permanentemente desvalorizada por diversos estigmas”, diz o diretor-superintendente do Parque Tecnológico Itaipu (PTI), Juan Carlos Sotuyo. O PTI é um dos parceiros de primeira hora da Universidade: é em salas do Parque que boa parte dos cursos são realizados. “Com a UNILA, juntamente com as universidades que aqui já existiam, essa região vai agregar muito mais capacidades científicas e educacionais”, destaca. “A UNILA é motivo de extremo orgulho e sua importância é algo que, seguramente, ainda não conseguimos mensurar”, completa Sotuyo.
O diretor-geral brasileiro da Itaipu, Jorge Samek, segue a mesma linha de pensamento. “Apesar do curto tempo, vários frutos já podem ser colhidos. A UNILA é o maior prêmio que a região pode ter”, afirma. Para ele, a “proposta arrojada e moderna” de integração nascida com a Universidade, apesar da evolução registrada, ficará mais visível no futuro. “O futuro de toda a região passa pela UNILA. A integração física e econômica dos países latino-americanos é importante, mas nada supera a integração entre conhecimento e cultura. Esses são definitivos”, enfatiza.
Trabalho em constante evolução
A implantação de uma universidade exige trabalho e dedicação: a seleção dos primeiros técnico-administrativos, docentes e estudantes; os primeiros cursos; a definição da infraestrutura e dos espaços; e a relação com a comunidade. O pioneirismo dos três primeiros anos começa a ceder lugar para a consolidação da Universidade.
Em 2013 e 2014, a UNILA registrou grandes avanços institucionais, como as eleições para o Conselho Universitário (Consun), composto por representantes do corpo docente, estudantil e de técnico-administrativos, além dos dirigentes dos quatro Institutos Latino-Americanos e Centros Interdisciplinares. Também foram aprovados importantes documentos, como o Regimento Geral e o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) para os próximos cinco anos.
Os dois últimos anos também foram anos de consolidação do ensino. A implantação do curso de Medicina, em agosto de 2014, concretizou um sonho antigo da região de Foz do Iguaçu, como lembra Samek. “O curso foi o melhor presente que a cidade recebeu no ano de seu centenário. Era um sonho de décadas”, ressalta.
Em agosto do ano passado, tiveram início as avaliações dos cursos de graduação da UNILA. Cinco já obtiveram o reconhecimento do Ministério da Educação (MEC), sendo que a maioria deles receberam nota 4 (em uma escala de 1 a 5). Outros nove estão em processo de reconhecimento, com previsão de avaliação para 2015.
Também em 2014, a UNILA comemorou outro momento histórico: a colação de grau de estudantes das primeiras turmas dos cursos de Ciências Econômicas – Economia, Integração e Desenvolvimento; Ciência Política e Sociologia – Sociedade, Estado e Política na América Latina; e Relações Internacionais e Integração.
A instalação dos mestrados em Integração Contemporânea da América Latina (ICAL) e Interdisciplinar em Estudos Latino-Americanos (IELA), recebendo estudantes de várias nacionalidades, foi um importante passo para o ensino de alto nível no contexto latino-americano. Novas propostas de cursos de pós-graduação foram aprovadas pelo Consun e estão sendo avaliadas pela Capes.
Em 2015, serão oferecidos 24 novos cursos (12 iniciando no primeiro semestre e 12, no segundo), totalizando 41 carreiras. Essa expansão, prevista no pacto assinado com o MEC em 2010, demandou a realização de concursos públicos, no ano passado, para contratação de servidores técnico-administrativos e professores.
O crescimento natural da Universidade passa, também, pelo aumento no número de estudantes – que deve chegar a 3 mil – e de cursos de pós-graduação. Além disso, novos laboratórios serão entregues à comunidade acadêmica para o incremento tanto no ensino quanto na pesquisa.