Em entrevista exclusiva ao repórter Rodrigo Oliveira no programa Dose Dupla da Rádio Gaúcha, o goleiro Kidiaba falou sobre a famosa e talvez mais importante vitória do Mazembe em toda sua história.
No dia 14 de dezembro de 2010, o time do Congo derrotou o Internacional por 2 a 0, eliminando o time gaúcho e garantindo vaga na final do mundial de clubes. O Mazembe foi derrotado pela Inter de Milão por 3 a 0 e ficou com o vice-campeonato.
No início da tarde desta quarta-feira (7), um grupo de torcedores que está organizando um evento para receber a equipe do Grêmio em Gramado, recebeu, após pedido, um vídeo do Kidiaba: “Eu amo o Grêmio”.
Kidiaba se diz ciente das provocações que o Inter sofre do rival, Grêmio, mas não entrou em polêmica e falou sobre a situação: “O Inter é um grande time, nós o respeitamos muito e o levamos a sério, e, por isso, ganhamos. No dia 14 de dezembro de 2014 a sorte sorriu pro Mazembe. Eu sinto muito pelos torcedores do Inter, mas as coisas são assim mesmo, e já passou.”. Mesmo assim, o goleiro agradeceu o carinho dos torcedores do Grêmio e disse que quer vir ao Brasil para conhecer todos os amigos que fez: “Eu fico contente com essa repercussão. Recebo muitas mensagens de texto, frequentemente em inglês. Eu fiz muitos amigos e fico muito feliz com isso. Eu amo todos os torcedores do Grêmio. Na África, esse episódio já foi esquecido, mas aí na casa de vocês, não esqueceram o Kidiaba”.
A entrevista foi feita em francês e traduzida com colaboração da jornalista da Rádio Gaúcha, Natália Pithan, confira:
– Você sabia que a torcida do Grêmio aqui em Porto Alegre te adora? O que você acha disso?
Sim. Obrigado a todos os torcedores do Grêmio, Obrigado ao presidente do Grêmio, obrigada a todos os brasileiros e brasileiras. Eu amo todos vocês.
– Como o Mazembe conseguiu vencer o Internacional naquele jogo em Abu Dhabi em 2010?
Foi um dia em que eu dei o melhor pela minha equipe, até conseguir atingir o objetivo da classificação, ao final. Eu posso dizer, que a equipe do Inter não foi um adversário fácil, mas talvez tenha subestimado um pouco toda a situação, achando que sairiam vitoriosos facilmente, pelo fato de se tratar de um time africano. O dia 14 de dezembro de 2010 foi o meu dia. Foi o dia em que classifiquei minha equipe.
– Que erros você acha que o Inter cometeu para ter perdido aquele jogo?
O Inter não fracassou. Inter estava determinado mas perdeu muitas oportunidades. E nós, nós aproveitamos as oportunidades e colocamos a bola na rede. Nós não subestimamos em nenhum momento a equipe do Inter. Não sei se eles minimizaram nossa equipe. Mas nós estávamos determinados a levar o Mazembe pra uma final. Não se trata de um fracasso. O Inter é um grande time, nós o respeitamos muito e o levamos a sério, e, por isso, ganhamos.
– Você comemorava os gols com uma dança especial. Como surgiu aquela ideia?
Essa dança vem desde a época de escola. Significa a dança da paz. Por exemplo, se há um problema em algum país, as pessoas dançam isso e ficam contentes.
– Você sabia que até hoje aquela derrota é uma dor para os torcedores do Internacional?
É a lei do futebol. Há um ganhador e há um perdedor. É assim para os torcedores também. Eles estão lá e procuram fazer de tudo pela vitória da sua equipe. No dia 14 de dezembro de 2014 a sorte sorriu pro Mazembe. Eu sinto muito pelos torcedores do Inter, mas as coisas são assim mesmo, e já passou. Certamente a derrota dói, sempre há os descontentes, mas é assim mesmo. Já passou. A vida continua.
– Você tem vontade de conhecer Porto Alegre e até jogar pelo Grêmio?
Sim. Certamente! Seria uma grande história pro meu país, um goleiro deixa o Congo pra jogar no Brasil. Seria um fato inédito. Eu sou católico e rezo muito pra que isso possa acontecer algum dia. Mesmo se for por 1 ano, 6 meses, 5 meses, eu sei que seria recebido como um rei e isso me deixaria muito contente. Desejaria muito fazer parte da equipe do grêmio. Peço sempre a Deus que isso possa acontecer algum dia. Estou pronto pra ir ao Brasil e servir a essa equipe.
– O que você sabe sobre o Grêmio? Você gosta do Grêmio?
Eu não conheço nada sobre a história do Grêmio. Eu conheço bem os torcedores do Grêmio e falo com eles pelo Whatsapp, pelo Facebook.
Eu fico contente com essa repercussão. Recebo muitas mensagens de texto, frequentemente em inglês. Eu fiz muitos amigos e fico muito feliz com isso. Eu amo todos os torcedores do Grêmio. Na África, esse episódio já foi esquecido, mas aí na casa de vocês, não esqueceram o Kidiaba. Se Deus quiser, com a Graça da Virgem Maria, eu voltarei ao Brasil pra rever todos vocês.
– O que você está fazendo nos dias de hoje?
Seguimos no futebol. Jogo a Copa Africana das Nações, que começa no próximo dia 17, pela equipe do Congo. O primeiro jogo é no dia 18, contra a Zambia. Estamos neste momento em Camarões, nos preparando pra esse desafio.
Rádio Gaúcha